terça-feira, 1 de julho de 2014

VEREADORES APROVAM PLANO DIRETOR POLÊMICO

Adensamento em eixo de transporte vira polêmica do Plano Diretor em SP

Natalini (PV) promete ir à Justiça por falta de exigência de estudos prévios.
Para base aliada, plano contribuirá para tornar a cidade mais 'compacta'.

O Plano Diretor Estratégico (PDE) foi aprovado nesta segunda-feira (30). Foram 44 votos a favor e 8 contra. O texto que segue para sanção do prefeito Fernando Haddad (PT) tem entre seus pontos principais o adensamento populacional em eixos de transporte.

A nova lei vai permitir que mais imóveis sejam construídos em vias com boa rede de ônibus e Metrô. "O plano propõe tornar a cidade mais “compacta”, com mais pessoas morando em áreas já urbanizadas, reduzindo desse modo, os deslocamentos, e aproximando moradia e emprego", afirma o relator Nabil Bonduki.

O vereador Gilberto Natalini (PV) disse que vai entrar na Justiça contra o projeto de lei que trata da revisão do Plano Diretor. Segundo ele, o texto afronta o Estatuto da Cidade porque não inclui estudo prévio de impacto ambiental para o adensamento nos eixos de transporte.

"O plano propõe adensamento enorme nos eixos estruturantes de transportes sem nenhum tipo de estudo sobre o que esse adensamento vai causar na região, sem estudo de impacto ambiental e sem cálculo de suporte", critica Natalini.

"Não estamos contra a cidade compacta. Não somos contrários a adensar. O problema é a liberalidade que o plano diretor vai permitir. Vai autorizar o setor imobiliário a adensar, por exemplo, a Avenida João Dias, a Francisco Morato, uma série de avenidas em São Paulo que têm corredores de transportes e isso será feito até 300 metros para cada lado do corredor sem ninguém saber o que vai acontecer ali, sem previsão de equipamentos públicos e nem nada", critica Natalini.

Outro dos que votaram contra o PDE, o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) criticou o conceito. "O adensamento precisa vir acompanhado de estudos da capacidade de suporte, estudos de impacto ambiental, previsão de equipamentos públicos e, correspondentes, cálculo dos recursos a serem arrecadados com a venda da outorga e a consequente lista de investimentos necessários de forma a criar harmonia no território adensado", disse Matarazzo.

O vereador Toninho Véspoli (PSOL), outro a votar contra o projeto de lei, diz que o PDE pode proporcionar ao setor imobiliário 170 milhões de metros quadrados para exploração. “É um poder de construção nunca visto na cidade de São Paulo", afirmou.

"Não estou contra o adensamento, contra a cidade compacta", afirma. Segundo ele, a maioria desses imóveis vai beneficiar famílias ricas, de classe média, e especuladores imobiliários.

Assistam vídeo com reportagem e leiam mais AQUI.

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