sexta-feira, 25 de julho de 2014

MORDE E ASSOPRA

Dilma e os votos de Israel
 
Coturno


O que importa são os votos. Foi pensando neles que Dilma mandou o Itamaraty sair das suas tradições e atacar ferozmente o estado de Israel, dando guarida ao terrorismo do Hamas, que usa crianças como escudos humanos e mulheres bomba para matar civis inocentes.

Também é pensando em votos que Dilma vai pisar numa espécie de solo sagrado de Israel, ao ir à inauguração do mega templo da Igreja Universal do Reino de Deus, em São Paulo, na próxima quinta-feira.

De acordo com a direção da Universal, o Templo do Rei Salomão, com 100 mil metros quadrados, foi bancado exclusivamente com doações de fieis e integrantes da própria igreja, sem necessidade de recorrer a financiamentos bancários. O bispo Edir Macedo, fundador da Universal, quis erguer uma réplica do templo que, segundo a Bíblia, foi construído em Jerusalém, no século XI AC. O Muro das Lamentações, em Israel, é um resquício do segundo templo, erguido no século VI AC.

O objetivo do líder da igreja, com a obra, é trazer um “pedaço da Terra Santa para o Brasil”. Por isso, foram importadas pedras de Israel para revestir o templo. Do lado de fora, há oliveiras trazidas do Uruguai.— Já que ele (Edir Macedo) não poderia levar todas as pessoas para Israel, ele gostaria de trazer um pedaço de Israel para cá. As pedras são o mais próximo que a gente tem do templo original, já que vieram de Hebron (Israel), de onde saíram as pedras do primeiro templo — afirmou Rogério Araújo, arquiteto responsável pela obra. O desenho da obra não teve espaço para inovações, de acordo com a Universal. — O projeto foi feito com base nas passagens bíblicas e nas ruínas existentes em Jerusalém — acrescentou o arquiteto.

Não será feita nenhuma homenagem aos palestinos. Ninguém questionará nos sermões se a Palestina tem direito a um pedaço de Israel. Muito menos Dilma. Para ela, a única coisa sagrada são os votos dos dois milhões de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus.

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