terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dilma Ghandi, que mancada!

Amanhã, dia 27, a militância petista realizará uma mobilização nacional em comemoração aos 65 anos de Lula. Mas o presidente antecipou-se à festa e revelou-se mais do que nunca o cara... de pau.

Desde a semana passada ele vem fazendo chantagem emocional junto aos eleitores, pedindo-lhes de presente de aniversário a vitória de Dilma Rousseff.
Presente de aniversário!

Portanto, eleição não tem mais conexão com propostas, programa de governo ou preocupação com o futuro do país.

Passou a ser apenas uma questão pessoal de dar ou não o presente pedido por um governante, em mais um de seus devaneios monarquistas.
E Dilma, o que pensa sobre isso?
Em entrevista ao Jornal Nacional, declarou acreditar ter sido a segunda mulher mais votada da história do planeta, ultrapassada somente por Indira Ghandi.
A mulher-Lula referia-se aos 47 milhões de votos recebidos no primeiro turno.
O que equivaleu a ter sido aprovada por 46,9% do eleitorado e reprovada por 53,1 %.

Para reforçá-la, o presidente do PT José Eduardo Dutra enfatizou que ela é a campeã na América Latina, comparando-a com Cristina Kirchner, que se elegeu com cerca de 8 milhões de votos; ou 45% do eleitorado ( o suficiente, na Argentina, para ganhar a eleição).
Dutra convenientemente esqueceu-se de contabilizar o número dos eleitores brasileiros: 135.8 milhões.

Mais impressionante e preocupante, porém, foi a comparação com Indira Ghandi.
A durona primeira-ministra da Índia, eleita pela primeira vez em 1966, governou por 18 anos.
Sua campanha para acabar com a pobreza promoveu um controle de natalidade com esterilização em massa.
E, entre outras coisas, também decretou "estado de emergência" e censurou a imprensa.

Durante seu último mandato, agravaram-se os conflitos internos e os confrontos violentos entre diversos grupos étnicos e religiosos.
Em junho de 1984, mandou tropas invadirem o Templo Dourado para conter uma rebelião dos Sikh.
Segundo o governo indiano, a invasão do local sagrado terminou com a morte de 600 pessoas; militantes religiosos e soldados.
Outras fontes afirmaram que os mortos foram cerca de 1.200.

Quem teria sugerido jogar Indira Ghandi na campanha petista?
Parece que alguém deu um toque, a tempo, de que não era uma boa idéia.
E, de uma hora para outra, a mamãe Dilma a deixou de lado.
Indira foi assassinada por dois membros de sua guarda pessoal.
Ambos pertenciam ao grupo Sikh.
Eles a mataram quatro meses depois da invasão ao Templo Dourado.
Um dia de tragédia difícil de esquecer na Índia: 31 de outubro.
Toc-toc. Aqui é dia de festa.

Ateneia Feijó é jornalista
No blog do Noblat.

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