quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dilma permitiu privatização do pré-sal

Ex-diretor da Petrobras afirma que Dilma permitiu privatização da 'franja' do pré-sal
Leila Suwwan, O Globo

Alçada ao centro do debate eleitoral, a ameaça de "privatização" do petroléo já é uma realidade, na opinião de Ildo Sauer, ex-diretor da estatal (2003-2007).

Segundo ele, o modelo de concessões criado no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi ampliado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
E mais grave: os leilões ocorreram mesmo depois da descoberta do pré-sal - o chamado "filé mignon" das reservas brasileiras - e abrangeram blocos conhecidamente promissores, como o arco do Cabo Frio.

Sauer sustenta que a candidata Dilma Rousseff, ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras, tinha conhecimento do que ocorria e foi conivente com o favorecimento de pelo menos uma empresa privada, a OGX, do empresário Eike Batista, que recrutou executivos estratégicos da Petrobras meses antes do leilão de 2007 (9ª rodada).

Veja a seguir trechos da entrevista:

Por que o sr. afirma que foi feita uma privatização do petróleo, inclusive do pré-sal?

Em 2006, a ANP e o governo - o presidente da República e a chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras - foram avisados de que a Petrobras, depois de muitos anos de estudo, resolveu furar o sal.
Tínhamos feito um poço em Tupi que não encontrou petróleo até o sal, um fracasso.

Mas era o lugar ideal para fazer o teste e saber se o pré-sal existe ou não existe.
Em julho, furaram e encontraram o petróleo. P
ortanto, em julho, a especulação de mais de duas décadas estava confirmada. O governo foi avisado.
E a ANP foi avisada, conforme manda a lei. O que faltava era dimensionar a reserva.

O conselho de todos os técnicos da Petrobras e dirigentes que tinham acesso ao governo, sindicalistas e o grupo de engenharia do Rio de Janeiro pediram para suspender todos os leilões.

No entanto, em 2006 o leilão não só foi mantido como limitava, na oitava rodada, a quantidade de blocos que a Petrobras poderia comprar.
Dos 280 blocos que iam a leilão, a Petrobras poderia comprar menos de 60.


Por que limitar?

A ANP arbitrariamente resolveu fazer isso. com apoio do governo porque dizia que era contra o retorno do monopólio da Petrobras.

Como era discriminatório contra a Petrobras, houve ação judicial e teve ganho de causa, uma liminar de suspensão do leilão.
O leilão já tinha vendido alguns blocos sobre o pré-sal, um deles para a empresa estatal italiana, quando foi bloqueado.

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