domingo, 24 de outubro de 2010

Pinóquio extrapolou

Hipótese de que bolinha de papel atingiu Serra precisaria ter cumplicidade na farsa de várias pessoas, inclusive de médico sério e de hospital renomado.

Circula na Web, e em certos veículos eletrônicos, a versão de que o presidenciável tucano José Serra não foi atingido na cabeça por objeto capaz de causar qualquer dano, durante caminhada no bairro de Campo Grande, no Rio, e sim por uma bolinha de papel.

SERÁ QUE TODO MUNDO MENTIU? — Como sempre se deve conceder às pessoas o benefício da dúvida, porém, este blog propõe que o leitor se faça as seguintes perguntas:

1. Serra, então, será um mentiroso?

2. Todos os políticos e assessores que estavam à sua volta e confirmaram o fato aos jornalista também mentiram?

3. O respeitado Hospital Samaritano, no bairro de Botafogo, para onde Serra foi levado após o tumulto em Campo Grande, não apenas submeteu o candidato a uma tomografia sem qualquer necessidade como também particip0u da farsa?

4. Como se teria combinado com a direção do hospital a montagem da farsa?
Os vários médicos do hospital envolvidos no processo, então, foram também mentirosos?
São todos parte de uma conspiração para prejudicar o bom nome dos militantes petistas?

5. O dr. Jacob Kligman, respeitado médico que atendeu Serra, mostrou aos jornalistas o local do impacto e mencionou os sintomas apresentados — dr. Kligman, durante mais de quatro anos presidente do Instituto Nacional do Câncer, membro da Academia Nacional de Medicina, do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e do American College of Surgeons — então arriscou sua reputação e sua honra pessoal participando de uma farsa?

Sim, ele foi secretário de Saúde do ex-prefeito Cesar Maia (DEM) e mantém relações de amizade com Serra — daí a razão do presidenciável tê-lo procurado.
Isso fará do médico um canalha?

6. Finalmente, além da bolinha de papel que atingiu Serra, segundo o vídeo do SBT, quem garante que ele não sofreu o impacto de um objeto capaz de causar dano e que não tenha sido filmado pelo cinegrafista?

O radicalismo e o ódio presentes na atual campanha presidencial precisam ser pelo menos temperado pela moderação e pelo bom senso.
Por Ricardo Setti

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