quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Os "Ronaldinhos"

Oi eleva repasse a empresa deficitária de filho de Lula

Gamecorp acumula prejuízo de R$ 8,7 milhões e dívidas de mais de R$ 5 milhões. Beneficiada por decisão do governo, tele é maior cliente da empresa de Lulinha, que produz conteúdo para televisão
Andreza Matais, José Ernesto Credendio e Sheila D´Amorim, Folha de S. Paulo

Quatro anos depois de se associar à gigante de telefonia Oi, a Gamecorp, empresa que tem entre seus sócios um filho do presidente Lula, acumulou prejuízo de R$ 8,7 milhões até 2009 e dívidas que somam mais de R$ 5 milhões.
Mesmo assim, o negócio administrado por Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, continua recebendo investimentos da Oi e atraindo sócios.

Desde 2007, a Oi -então Telemar, uma concessionária de serviço público que recebeu uma série de incentivos do governo Lula- aumentou em 28% o aporte na empresa, contra inflação acumulada de 11%. O negócio é alvo de investigação da Polícia Federal, até hoje inconclusa.

Como a Folha revelou ontem, Lulinha e outro filho do presidente Lula, Luís Cláudio, criaram duas holdings neste ano.
Os dois são sócios em seis empresas.
Quando o pai subiu a rampa do Planalto, em 2002, eles eram estagiários.


Com BNDES e fundos de pensão como principais acionistas, a Oi é a única grande cliente da Gamecorp, que faz conteúdo para TV veiculado pela OiTV e pela Sky -que não tem a tele como sócia.
Segundo o balanço de 2009, a Oi pagou à Gamecorp R$ 3,6 milhões por "comercialização de serviço".
Dois anos antes, o valor destinado para a mesma rubrica tinha sido de R$ 2,8 milhões.

O balanço da Gamecorp registrou lucro de R$ 646 mil em 2009, mas, apesar disso, a dívida não foi abatida.
Ao contrário, subiu, tendência que se mantém desde os primeiros balanços.

O aumento no aporte da Oi ocorreu durante o polêmico negócio que transformou a operadora na maior empresa do setor de telecomunicações do país graças à ajuda do governo e sob suporte de empréstimos no BNDES.

Sob o argumento de criar uma "supertele nacional", o governo Lula alterou as regras do setor para viabilizar a fusão com a Brasil Telecom.

Em 2010, o governo já tomou ao menos três decisões que beneficiam a telefônica.
Entre elas, a de adiar para maio de 2011 o novo plano de metas para as operadoras -que, mantido o prazo original, forçaria a Oi, endividada, a fazer investimentos.

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) liberou o mercado de TV a cabo para as teles.
A Oi foi a única beneficiada, por ter capital majoritariamente nacional, precondição para a atuação nesse setor.

A agência decidiu também incluir mais um dígito nos celulares em São Paulo para aumentar os números disponíveis para venda, o que ampliou a possibilidade de entrada da Oi nesse mercado.

(Leiam aqui como o governo do PT, antes Lula e agora Dilma, continuam distribuindo o dinheiro dos nossos impostos às empresas privadas, dos companheioros, é claro. É a verdadeira "Privataria".)

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