domingo, 2 de janeiro de 2011

Deus de Papel

A maior incógnita neste ano que se inicia será a atuação de uma desconhecida no comando do país.
O dono do Brasil mandou, a maioria dos eleitores disseram amém e a elegeram.
Alguns brasileiros mais atentos se preocupam com os ítens polêmicos lançados no seu programa de governo.
Acostumados, talvez, com as bravatas do ex-presidente que geralmente age na contramão de seus discursos, acreditam que essas questões são apenas para agradar os setores mais radicais que os apóiam.

O PT, entretanto, ainda não conseguiu implantar seu programa.
Como disse José Dirceu, quem sabe se com Dilma não será mais fácil, já que não está preocupada com popularidade.
Ou simplesmente dará continuidade à consolidação do capitalismo no Brasil, principal marca de um governo que se dizia de esquerda, revelando a maior contradição da história de alguém disposta a matar ou morrer no combate ... ao capitalismo.
Quantas mortes em vão numa luta que fracassou em seu ideal, mas que rendeu fortunas aos anistiados, o que também não faz sentido.
A luta armada forçou a reação dos militares e os movimentos a que Dilma pertenceu mataram mais de uma centena de inocentes.
Com a guinada de lula ao modelo mais perverso do capitalismo, a esquerda brasileira foi desmoralizada e, mesmo assim, aplaude a chegada ao poder após várias tentativas frustradas, justamente quando garantiu dar continuidade ao modelo econômico que tanto criticavam.

Os donos do capital também louvam a conversão dos poderosos petistas e seus lucros astronômicos.
Enquanto isso, os salários do trabalhador brasileiro são humilhantes e nosso povo se contenta com oferta de crédito.
Dívida não pode substituir salário.

A campanha da Fraternidade de 2010 abordou um tema que tratava o dinheiro como um “deus”: “Não podemos servir a Deus e ao dinheiro”.
Parece que a campanha, na lógica, fracassou.
Talvez tenha prosperado o discurso político, quando rotulam conceitos e pessoas de acordo com seus interesses.
Porém, nunca antes um presidente conseguira substituir a fé pela adoração ao dinheiro como Lula fez.
Estimulou a formação de uma sociedade que topa tudo por dinheiro, qualquer trocado, e que não se importa com a agressão aos outros valores, nem mesmo se interessa pela ausência do Estado nos serviços essenciais, como saúde, educação, segurança e infra-estrutura.

A propaganda do governo, alimentada pela midia e pelas igrejas, vende a Ilha da Fantasia, que choca com as imagens que aparecem nas reportagens que mostram fatos reais.
Que Deus tenha piedade de nós!

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