sábado, 26 de fevereiro de 2011

Serra critica 'falso rigor fiscal' do governo Dilma

Folha.com

O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) criticou nesta sexta-feira o "falso rigor fiscal" do governo federal ao anunciar o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento.

"Por enquanto é espuma.
Eu quero ver isso acontecer de verdade.
Disseram que vão cortar emendas de parlamentares, precisa ver quais emendas, nem todas são ruins.
A maior parte é espuma, para dizer que tem um governo austero.
Esse falso rigor fiscal mostra a inexistência de rigor fiscal.
Tem que cortar na gordura, temos que ter austeridade fiscal de verdade",
disse ele em entrevista à rádio "Joven Pan".

O tucano também falou sobre a aprovação pelo Congresso do mínimo de R$ 545 fixado pelo governo.

Durante a campanha eleitoral à Presidência, Serra apresentou como proposta um mínimo de R$ 600.
Ele afirmou hoje que continua defendendo o valor e destacou que a decisão do salário mínimo foi política, e não econômica.

"Quando propus o salário mínimo de R$ 600 e o reajuste do INSS em 10%, examinei os números.
Existe muita coisa que poderia ser cortada, para dar aumento a quem recebe o salário mínimo.
Voto contra o mínimo maior acaba sendo um voto, especialmente, contra os pobres do Nordeste."


O ex-presidenciável também criticou o artigo do projeto que permite o reajuste do mínimo por decreto presidencial, nos próximos quatro anos.
Ele disse concordar com a ação da oposição contra a medida.
"Concordo com a ação da oposição, isso é irregular."

Sobre a discussão de um novo imposto para a saúde, nos moldes da extinta CPMF, Serra defendeu recursos fora do tributo.
"O governo federal deve gastar melhor dentro do dinheiro existente, cortando desperdício, cortando em obras que não vão servir para nada diante do custo que elas representam.
Um exemplo disso é o Trem de Alta Velocidade.
Isso é uma fantasia."


POLÍTICA INTERNACIONAL

"Está no comecinho, mas apresenta sinais de mudança.
Ela fala menos, faz menos espalhafato."


Serra destacou que isso "não justifica que o governo deixe de falar sobre coisas importantes, não pode aproveitar isso como pretexto.
Salário mínimo, Trem Bala, escândalos ainda não foram explicados.
Espero que o silêncio não se traduza em uma omissão sistemática."

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