quinta-feira, 7 de julho de 2011

Qual será a fonte de escândalos?

Maria Lima, O Globo

O que é mais uma crise no Ministério dos Transportes para quem já viveu o turbilhão das denúncias de formação de quadrilha no mensalão, que o levou a renunciar ao mandato de deputado federal?

Com a certeza de que nada como um dia depois do outro, o deputado Valdemar Costa Neto (SP), secretário-geral, presidente de honra e quem manda, de fato, no PR, procurava tranqüilizar nesta quarta-feira o ex-ministro Alfredo Nascimento, dizendo que a situação vai se normalizar.
Valdemar dizia que Nascimento terá de volta força política lastreada nos 42 deputados e seis senadores do partido.

Encastelado na sede do PR, em um shopping de Brasília, Valdemar participou dos últimos minutos que antecederam a degola de Nascimento, ao lado do correligionário.
E, longe dos holofotes do Congresso, procurava manter sua influência, inclusive na escolha do substituto do ministro.

“Quando eu achava que já tinha vivido tudo nesta República, acontece de novo.
Mas tudo passa!”
, disse Valdemar, mostrando a Nascimento que se vive hoje um turbilhão, mas, em breve, ele voltará ao topo, como o interlocutor principal do PR junto ao Palácio do Planalto.

A pedido dos próprios companheiros do PR e a mando da presidente Dilma Rousseff, Valdemar desapareceu nos últimos dias.

Não quer dar entrevista, mas tem agido nos bastidores, mostrando sua força dentro do PR.
Nessas reuniões, tem deixado claro que está disposto a descobrir de onde partiu a munição contra ele e Nascimento, originando a matéria da revista VEJA, que deflagrou a atual crise.
Também procura a origem do vazamento da gravação em que ele, em reunião com Nascimento, negociava a liberação de verba federal em troca da filiação de um deputado federal pedetista ao PR.

“Estou sendo alvo de uma trama muito bem construída.
Só não sei ainda se partiu de dentro do PR, do Planalto, ou dos dois juntos”
, disse Valdemar a seus aliados.

Ele continuará mergulhado, longe da imprensa, mas atuando como sempre.
E como nunca, para o PR não perder o cargo no primeiro escalão do governo Dilma.

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