sábado, 16 de julho de 2011

Corrupção tamanho família



O escândalo do momento, que está abafando o caso dos aloprados, a fortuna do Palocci, a volta do Delúbio ao PT, o risco de prescrição dos crimes dos mensaleiros, aprovação do sigilo dos valores que serão torrados com as obras da Copa, etc. são as denúncias que envolvem autoridades do Ministério dos Transportes.
Os petistas estão preservados, os noticiários enfatizam os assuntos que envolvem negócios milionários de políticos do PR (Partido da República) e de seus familiares.

Nem houve necessidade de anunciar a descoberta de novos poços de petróleo, a não ser que um dos envolvidos resolva abrir o bico, fato aguardado desde a semana passada, quando Luiz Antonio Pagot compareceu no Senado como convidado.

Até o Ministro caiu, mas o diretor do DNIT continua firme.

Vejam AQUI os motivos para a monumental expectativa em torno do novo depoimento de Pagot no Congresso.
Abaixo, o que vem acontecendo há tempos e que rendeu um processo contra Adriana Vandoni, apenas por ter publicado em seu blog notícias sobre compra de votos e obras superfaturadas


Explicando a Pagot

Quero esclarecer a toda população de Mato Grosso, que soube por meio da imprensa a existência de um processo na Vara Criminal de Cuiabá, onde está marcada uma audiência para que eu me explique a Luiz Antonio Pagot.
Não recebi qualquer notificação até este horário, o que provoca estranheza, uma vez que tenho endereço fixo, onde moro desde 1993, e conhecido, inclusive pelo próprio Pagot, que por duas ocasiões me buscou na porta da minha casa, uma vez para assistir uma palestra sua em Diamantino e outra para acompanhar o lançamento de uma obra próxima a Barão de Melgaço.
Aliás, moro a menos de três quadras de Pagot, e ele sabe disso.

No final de novembro, Pagot, autor do pedido de explicação na Vara Criminal, mandou que sua secretária ligasse em minha casa (ou seja, ele tem meu telefone) e pedisse meu endereço, eu mesma atendi e, como de costume, acreditando ser para envio de panfleto, folder ou qualquer coisa do gênero, forneci o endereço da clínica do meu marido.
Trata-se de uma conhecida clínica no Jardim Cuiabá, na principal Avenida do Bairro, onde tem em letras garrafais: “Cassio Curvo”.
Mesmo assim, nenhum oficial de Justiça me procurou nem em minha casa, nem na clínica do meu marido.

Pois bem, segundo veiculado pelo Midianews, o Sr. Pagot quer que eu lhe explique matéria publicada em meu blog onde cito a Operação Imediata.
Qualquer pessoa com mediana capacidade de interpretação teria compreendido a matéria, mas Pagot constituiu um advogado para ajudá-lo a entender e este pediu minha ajuda, então vamos lá.

Ainda segundo o site Midianews, a matéria não compreendida por Pagot e por seu advogado, foram as que seguem abaixo, com as minhas explicações:


Laços de família e de amizade, pura amizade! (14/11/2008)

É o amoooorrrr. Veja só que azar!
O vereador cuiabano Domingos Sávio (PMDB) está sendo investigado por compra de votos assim meio que sem querer.
A suspeita de compra de votos só surgiu por que a Delegacia Fazendária de MT apurava denúncias de superfaturamento em uma obra do Centro Integrado de Segurança Comunitária (Cisc) de Santo Antônio do Leverger (a 34 km de Cuiabá).

Durante a investigação a Delegacia Fazendária foi realizar busca e apreensão na residência do avalista da empresa Brasserv (responsável pela obra), o empreiteiro Paulo Leão, que é pai de Franciele Leão, secretária-adjunta de Cultura do Estado e namorada do vereador Domingos Sávio.
Na casa dela, a Delegacia Fazendária encontrou uma lista com nome de vários eleitores e valores que seriam para compra de votos em favor do parlamentar.

Além de namorada do vereador e filha do empreiteiro, Franciele é o braço direito do Sr. Luiz Pagot.
O acompanha como assessora desde o primeiro mandato de Maggi, quando Pagot foi secretário de infra-estrutura, depois Casa Civil, depois superintendente do Dnit e hoje aspirante a candidato ao governo de Mato Grosso.
Os laços de amizade são tão grandes que Paulo Leão (pai de Franciele, sogro do vereador e avalista da empresa sob investigação) costumava acompanhar Pagot pelos corredores do senado enquanto este esperava a sabatina que o colocaria no Dnit, segundo disse o senador Heráclito Fortes.

É, parece que neste caso a suspeita de compra de votos é pinto, como diria Bob Jeff.


Ajudando a entender: no blog rdnews (Romilson Dourado)

Concluindo, acredito que a sociedade tem direito de saber quem é filho de quem, quem foi assessor de quem, porque, afinal de contas, quem sai aos seus, não degenera.
A simples menção da assessoria de Pagot o incomodou: imaginem o que será na campanha, caso ele realmente convença a si mesmo de que tem condições de disputar o Governo de Mato Grosso.
Reafirmo, com todas as letras, que o dono da Braserv é Paulo Leão, pai de Franciele Leão, namorada do vereador Domingos Sávio e ex-assessora de Luiz Antônio Pagot.
Vou reafirmar isso quantas vezes for necessário, nesta ocasião e em outras futuras.
Os fatos são os fatos.
A mentira, em tempos democráticos, não vira verdade.
Pode vir Pagot e a tropa toda de botina.


Porém, espero que ele tenha entendido desta vez, mas, em caso negativo, posso desenhar. Basta me dizer.


Adriana Vandoni é economista, articulista e especialista em administração pública pela Fundação Getúlio Vargas

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