quarta-feira, 20 de julho de 2011

A caravana da aleivosia

Por Demóstenes Torres
No blog do Noblat


Ex-presidente é um cargo.
Antes, recebia até os mesmos rendimentos do titular.
Agora, e até o fim da vida, tem direito a servidores à disposição – oito, entre assessores, motoristas e seguranças –, além de veículos e combustível.

No exterior, é tratado pelo pessoal das embaixadas como se ainda ocupasse a cadeira.
Portanto, se gasta dinheiro público, é lícito exigir que mantenha certa decência.
Não é o que vem fazendo Luiz Inácio da Silva.

Desde 1º de janeiro, já faturou com palestras a empresas que ganharam demais durante seu governo, já se hospedou em instalações militares, enfim, foi o Lula de sempre.

Ninguém se espanta porque continua fazendo fora o que fez durante – apequenar os postos que ocupa.
Na semana passada, esteve em Goiânia a praticar seu esporte predileto, falar besteira.


As bobagens ditas no exercício da Presidência eram relevadas pela anestesia da popularidade e os disparates proferidos na planície têm a intenção de preservar os índices do Planalto.

No congresso que elegeu a nova diretoria da União Nacional dos Estudantes, Lula evitou frustrar expectativas e atentou o tempo inteiro contra os eleitos por ele para seus inimigos, a Língua Portuguesa, a moralidade, a opinião livre, a compostura do cargo.

A visita a Goiás para o convescote da UNE faz parte da Caravana Rolidei, reedição da Caravana da Cidadania, realizada pelo interior do país antes de ser presidente da República.

Ao chegar aos Estados, a primeira providência é invocar o terceiro turno.
Quem não ajudou sua candidata é chamado à execração.
Como se fosse errado negar apoio ao populismo, Lula mostrou que a economia não foi a única coisa estável nos últimos 17 anos – sua ignorância, também.

Teve tanto tempo para estudar e nada aprendeu, apenas passou oito anos fazendo curso de lulismo, lulês, lulogia, lulopatia, lulocracia.

No evento dos estudantes, ao custo de R$ 4 milhões de reais pagos pela Petrobras, Lula aproveitou para desancar os veículos de comunicação – justo ele, uma cria da liberdade de imprensa.

Nisso, regrediu.
O apóstolo da mídia pró começou a caminhada de messias no jornalismo contra.
Cresceu combatendo a ditadura nas mesmas páginas que hoje gostaria de tiranizar.
Fez-se líder nos espaços atualmente chamados de golpistas por sua turma.

Os moços que o ouviam, alguns com meio século de idade e comemorando bodas de prata na militância estudantil profissional, saíram dali diretamente para a Marcha da Maconha, na qual predominavam cartazes pedindo “liberação de todas as drogas”.

Comparado a manietar a opinião, apologia aos entorpecentes é crime anão.

Lula ensinou aos jovens que vale tudo para se chegar ao e se perpetuar no poder.

Vale se macaquear de presidente e dizer que a União tem de perseguir os governadores da oposição.
Para isso, vale usar o BNDES como arma, como salvar a companheirada falida, inclusive a da “proteína animal”, em vez de investir em setores estratégicos carentes de investimento, como o energético.

A Caravana Rolidei segue seu curso, açoitando o idioma, apedrejando a probidade, a meio milhão por palestra e 4 milhões por encontro.
Nesse ritmo, vai sobrar pouca moral a ser achincalhada pela turba.

Resta à nação relevar os discursos para a figura de ex-presidente, atolada na aleivosia, não se confundir com isso que perambula pelo país.

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