quarta-feira, 12 de maio de 2010

Prudência, nosso melhor bem!

Precisamos da presença das virtudes em nossas vidas.
“E se alguém ama a justiça, seus trabalhos são virtudes; ela ensina a temperança e a prudência, a justiça e a força: não há ninguém que seja mais útil aos homens na vida.
Se alguém deseja uma vasta ciência, ela sabe o passado e conjectura o futuro; conhece as sutilezas oratórias e revolve os enigmas; prevê os sinais e os prodígios, e o que tem que acontecer no decurso das idades e dos tempos.
Portanto, resolvi tomá-la por companheira de minha vida, cuidando que ela será para mim uma boa conselheira, e minha consolação nos cuidados e na tristeza” (Sabedoria 8, 7-9).


O mundo de hoje vive uma grande crise de virtudes.
Cresce de modo assustador o grande problema dos vícios, seja ele de qual natureza for.
Esse tipo de conduta chegou a atingir um ponto tão alarmante que, muitas vezes, temos vergonha de fazer a coisa certa.
Não é permitido mais fazer o certo, pois se você está certo, você está errado no conceito do mundo.


As pessoas acreditam que a virtude deve se dobrar diante do vício; mas é exatamente o contrário que precisa acontecer: é o vício que deve se dobrar diante da virtude.
Por isso, há uma necessidade muito grande da presença das virtudes em nossas vidas.


Hoje, vamos nos aprofundar na que é considerada a mãe das virtudes: a prudência.
Não existe nenhuma outra coisa se esta não existe.
Pensa-se que prudência é ser cauteloso, mas não é isso que as Sagradas Escrituras nos ensinam.
Prudência não é sinônimo de cautela.
Prudência é ver e perceber aquilo que realmente é importante; é perceber as coisas a partir da luz de Deus e dar a resposta certa no momento certo.
Prudência não é medo; é discernimento.
Ela não só nos manda ficar, mas também nos manda ir.


A sabedoria é fruto da prudência, as duas são a mesma coisa. Compreendemos o que é preciso fazer e vamos lá e fazemos.
Mas para tomar essa atitude precisamos enxergar e saber contornar as situações.
Às vezes, mesmo que tenhamos vontade de ser solidários, não podemos dar algo que vá nos faltar.

É fácil saber o que tem de ser feito, a que horas fazer e como fazer?
Claro que não.
Para cada momento existe uma decisão diferente.
Não é sempre a mesma resposta.
Se você dá sempre uma mesma resposta para todos os seus problemas, está na hora de ser mais prudente.

Escolher entre o que é bom e ruim no nosso mundo é fácil.
Se eu lhe oferecer um pudim cheio de terra e um limpo, qual você vai escolher?
É claro que o pudim limpo.
Ninguém quer aquilo que não é bom.
Por que as pessoas escolhem coisas ruins, então?
A escolha entre o bem e o mal é questão apenas de inteligência, nos lembra santo Inácio de Loyola.

Por isso, escolher entre o bem e o mal é questão apenas de sobrevivência.
Mas a vida não está baseada simplesmente na escolha do bem.
É preciso saber que nem todo bem nos faz bem, nem todo bem faz bem a todos.
Isso é o discernimento, é preciso saber escolher entre o bem e o bem devido.
Se olhamos, por exemplo, o açúcar, ele é um bem, é bom, mas não faz bem a quem é diabético, nem a quem se recupera de cirurgias.
Ou seja, nem todo o bem nos faz bem o tempo todo.


Escolher entre o bem e o bem devido é questão de prudência. Para ser feliz é preciso saber romper com o apego às coisas que são incompatíveis com nossa vida. Essa é a vontade de Deus! Precisamos amadurecer para as escolhas mais difíceis como essa, escolher entre tudo que é bom e encontrar a vontade do Senhor, o bem que nos é devido. Acertar nessa escolha é questão de realização.

A prudência é a mãe de todas as virtudes e é nela que nos encontramos com o Senhor. Ser de Deus não é fácil, mas é possível. Peça a Jesus Cristo prudência para as suas decisões. Amém.


Padre Xavier
Comunidade Canção Nova
http://www.cancaonova.com.br/

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