por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
No debate da Band, dona Dilma disse que a campanha da oposição prega o ódio entre os brasileiros.
Fiquei espantada com o silêncio de José Serra que poderia ter respondido no ato:
“Mas o que é isso?
Quem faz isso desde sempre é o Lula, que se compraz em jogar brasileiros contra brasileiros quando está num palanque”.
Era para estarmos habituados, mas ontem Lula conseguiu ultrapassar todas as outras palanqueadas.
Em Teresina, teve coragem para debochar dos eleitores de um dos estados mais desafortunados da federação.
Se alguém um dia quiser editar uma antologia dos mais expressivos discursos demagógicos da atualidade, o do Piauí tem que estar entre os dez mais e talvez, ser dos primeiros da lista.
Por tudo que disse, pelo modo como disse e por tentar fazer o piauiense odiar conterrâneos, e outros brasileiros.
Usando de má fé, sem a coragem necessária para citar o nome de Fernando Henrique Cardoso, Lula disse que “seu antecessor” criou lei proibindo o ensino técnico!
Mas que ele “mudou a lei porque queria que o filho do pobre tivesse a oportunidade que eu não tive”.
Como assim, a oportunidade que ele não teve?
Afinal, ele é ou não é formado em torneiro-mecânico?
Outra maldade: “Quando criamos o Bolsa Família, os de lá diziam que era esmola e que a gente estava fazendo populismo.
Eles não têm noção do que significa R$ 100 para uma pessoa pobre.
Eles dão de gorjeta quanto tomam de uísque”.
Os de lá?
Quem são os de lá?
Ele diz isso para pessoas que certamente cairiam duras para trás se soubessem quanto custa uma peça das roupas dele ou de sua mulher.
Ou quanto custa um corte de cabelo de dona Marisa, ou por quanto sai um esmalte importado para as unhas, ou uma dose de um bom uísque!
E disse também: “Quero aqui de coração, porque vocês não votaram em duas pessoas desse estado, que prejudicaram, tirando R$ 120 bilhões da Saúde.
Eles tiraram R$ 120 bilhões da Saúde pensando que iam me prejudicar, não prejudicaram, prejudicaram o povo pobre desse país, que precisa do SUS, do pronto-socorro, quando derrubaram a CPMF.
Como Deus escreve certo por linhas tortas, Deus fez a vingança que eu acho que era necessária.
Colocar gente mais digna, de mais respeito, para representar com mais dignidade o estado do Piauí”- disse Lula, que fez um rápido sinal da cruz.
Fez um rápido sinal da cruz!
Rápido como quem rouba, é?
Além de citar o nome de Deus em vão, ainda faz o sinal da cruz meio escondidinho, com medo que Deus o pegue em flagrante?
Lula “costumou tanto na fantasia” que onde quer que vá expele, junto com os perdigotos, mil lamúrias por não tornar a ver, nas urnas que já lhe foram tão amáveis, o seu retratinho...
Demonstrou toda sua amargura ao dizer: “Queremos também ser doutor nesse país”.
Ora, Dr. Lula, por quem sois!
De agora em diante, só me referirei ao senhor assim: Dr. Lula.
Não, não me agradeça, não me custa nada.
Não duvido que deva ser mesmo muito bom ser presidente da República no Brasil.
São quase monarcas absolutos.
Mandam e desmandam.
Além da caneta mágica, há os cartões também mágicos que permitem ao titular gastar o quanto quiser, sem ter que dar satisfações a ninguém, posto que seus gastos e os de sua família são considerados assuntos da Segurança Nacional.
Na verdade, enquanto ele estiver no Planalto, é o Dono do Mundo.
Se for uma pessoa instruída, prepara-se para a Planície, se estrutura para o depois, mas assim mesmo sente a ausência das maravilhas que viveu.
Se for uma pessoa de poucas luzes, o tombo deve ser terrível.
A escuridão talvez se assemelhe à que os mineiros chilenos acabam de vencer.
Por mais contemplação que se tenha com o momento a viver pelo presidente, seu comportamento palanqueiro vem deixando a desejar em todos os sentidos e estou certa que parte do segundo turno deve-se ao susto que ele deu no eleitorado.
Parecia que estávamos em guerra e que ele nos convocava para uma cruzada contra o infiel.
Agora, quando a vitória não lhe parece tão segura assim, em vez de ficar mais manso, Dr. Lula piorou.
Mostrou desprezo pela Lei Maior ao confessar que foi por sua vontade pessoal que não houve um terceiro mandato: “por sermos democratas trocamos prazerozamente a voz de taquara rachada de um homem por uma mulher mineira, gaúcha, piauiense, que tem competência para dirigir o país nos próximos anos”!
Mineira, gaúcha e piauiense é fantástico!
Só que com toda a certeza sem querer, Dr. Lula fez de dona Dilma uma filha ingrata.
Esqueceu de dizer que sua candidata é global: gato só porque nasce no forno não é biscoito.
Dona Dilma, além de piauiense, é búlgara.
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