quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Conduta 'esquizofrênica'

Para Vargas Llosa, Lula tem conduta 'esquizofrênica' no governo
UOL

Em sua primeira visita ao Brasil desde que foi agraciado com o prêmio Nobel de Literatura na semana passada, o escritor peruano Mario Vargas Llosa, 74, chamou de "esquizofrênica" a conduta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no governo brasileiro.

Há no Brasil um desenvolvimento que impressiona o mundo inteiro.
O que lamento é que (ele) não tenha uma política internacional equivalente", disse Vargas Llosa, que criticou a relação que Lula mantém com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

"Lá (Irã) estão atirando pedras em mulheres adúlteras!
Como (Lula) vai legitimar um tirano assassino que representa uma forma anacrônica de fanatismo? (...)
Há razões políticas, geopolíticas, mas não há razão ética ou moral que justifique esse tipo de esquizofrenia na conduta de um governante",
disse o peruano.

Ele ainda se disse "desconcertado, entristecido e indignado" com o encontro entre Lula e o líder cubano Raúl Castro em janeiro, quando o dissidente político cubano Orlando Zapata morreu em razão de uma greve de fome.

"Por que um democrata no Brasil vai se abraçar com um ditador repelente como o sr. Castro no mesmo momento em que está morrendo um dissidente?"

Vargas Llosa rejeitou a ideia de que a sua atuação política (ele escreve com frequência artigos e ensaios sobre o tema) afete negativamente a sua produção literária.

"A literatura não deve se afastar da vida. (...) Gostaria que a minha obra fosse como uma esponja que absorvesse tudo o que acontece no seu tempo.
Não conheço grande literatura que tenha sido indiferente à política.

Lembro-me de um discurso do Henry Kissinger (secretário de Estado americano entre 1973 e 1977), que não é um tonto, pouco antes da queda do Muro de Berlim (1989).
Ele disse: 'Senhoras e senhores, tenhamos claro que o comunismo está aqui para ficar'.
Mas ele desapareceu, e não porque foi derrotado pelo Ocidente, mas por uma putrefação interna, por uma incapacidade de organizar uma economia produtiva, porque o sistema de CONTROLE DO PENSAMENTO E DA VIDA o foi asfixiando."

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