sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Filósofos e filósofos de botequim

Por Marcos Pontes


Não sou nenhum letrado em filosofia e seus ramos, sequer saberia definir um filósofo sem antes ter que recorrer à Barsa (coisa de gente velha) ou à Wikipedia, da molecada modernosa que acha que todas as informações ali são confiáveis.

Ultimamente, porém, tenho lido e ouvido mais filósofos contemporâneos, uns poucos com clareza e originalidade de idéias; uns tantos apenas defendendo uma posição político-ideológica com os argumentos mais “brilhantes” e as deturpações mais sutis dos fatos para convencerem os incautos que não conseguem mastigar com o cérebro e engolem inteiras as idéias que lhe são lançadas; alguns outros batendo cabeça em suas próprias contradições e perdendo o fio da meada que eles próprios traçaram sem antes terem conseguido concluir suas teses ou sequer sabendo aonde querem chegar.

No primeiro time me encantam Pondé, Reinaldo Carvalho e Olavo de Carvalho, mas não encantam o suficiente para que os engula sem questioná-los – não no sentido ordinário de discordar, mas no sentido rigoroso -, não que não discorde vez ou outra.

Opa! Reinaldo Azevedo é jornalista. Sim, é, mas tem a leitura e consegue a interpretação própria dos fatos inerente à condição dos filósofos.
Nas suas interpretações dos fatos e na sua leitura pormenorizada, daquelas que não se prendem no texto, ao contrário, vai ao fundo do subtexto sem esquecer-se do pretexto, faz filosofia das mais ricas.
(...)

Não são raros os momentos, deixando a modéstia descansando na cadeira aqui ao lado, em que vejo um dos três interpretar algum episódio da mesma forma com que interpretei alguns dias antes.

Hoje, lendo este artigo do Azevedo, vejo ele dar sentido similar às diretrizes políticas e suas aspirações políticas que eu dei em julho, neste post.

Sem falar que ele repete o que falei ontem em conversa no Twitter, corroborado hoje por uma fala da presidente.
Disse ela: “A verdadeira faxina que o Brasil precisa é a faxina da miséria”.

Ao ouvir isso, comentei aos amigos tuiteiros: “Se ela diz que a faxina que o país precisa é a faxina contra a miséria, então a faxina política foi apenas um acidente de percurso”.
Eis que Azevedo fala o mesmo.

A presidente TEVE que faxinar, não por vontade própria ou por pressão e sua base de apoio político, mas porque a imprensa a pautou e ela, no afã de distanciar-se da práxis tolerante de seu antecessor com a roubalheira, os desmandos e as falcatruas contumazes de seus camaradas, assumiu a máscara de paladina da ética, da moral e da honestidade, algo que Lula tentara incorporar, mas se traíra ao fechar os olhos e assumir uma falsa ignorância dos roubos que aconteciam sob sua barba tratada a preço de dólares, depois das desgrenhadas de antes de tornar-se paz e amor.

De quebra, o artigo do Azevedo me traz um filosofozinho de esquerda defendendo a roubalheira como forma de manter a governabilidade, deixando escondidinho seu propósito de ver o ex voltar com força em 2014.

Se a imagem de proba colar na presidente, algo que de fato ela não é, a fantasia de probo de Lula enlameia-se e ele perderá força na luta pela sucessão.
Aguardemos que o pau está comendo no ninho vermelho.
Íntegra AQUI.

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