terça-feira, 11 de dezembro de 2012

MENSALÃO PAGOU DESPESA PESSOAL DE LULA

Empresário relatou em depoimento à Procuradoria ter feito dois depósitos, em 2003, para a empresa do ex-assessor da Presidência Freud Godoy. 
Ele afirma ainda que Lula deu “ok” a empréstimos do PT

O Estado de S. Paulo

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza disse, em depoimento de 3h30 e 13 páginas, prestado em 24 de setembro à Procuradoria-Geral da República, que o esquema do mensalão ajudou a bancar despesas pessoais de Lula em 2003, quando já ocupava a Presidência.

O Estado teve acesso à íntegra do depoimento, dado após o empresário ter sido condenado pelo STF. Segundo ele, os recursos foram depositados na conta da empresa do ex-assessor da Presidência Freud Godoy.


Valério afirma ainda que o ex-presidente deu “ok”, em reunião no Planalto com a presença do ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, para os empréstimos que serviriam de pagamentos a deputados da base aliada.

Dirceu teria dito que Delúbio, quando negociava, falava em seu nome e no de Lula. O advogado de Dirceu repudiou a acusação. Em viagem a Paris, Lula não falou.

No mesmo depoimento, Marcos Valério afirma que os R$ 4 milhões pedidos por seus advogados para defendê-lo no processo foram pagos pelo PT. Segundo ele, essa foi a única “contrapartida" por sua participação no mensalão. O julgamento do caso mostra, porém, que o esquema lhe garantiu lucro milionário.

Assessor da Presidência no 1º mandato de Lula, Freud Godoy era identificado por petistas como o “faz-tudo” do ex-presidente e fiel escudeiro desde os anos 1980. Frequentava o gabinete presidencial e foi coordenador de segurança nas campanhas.

Diretor do Instituto Lula e amigo do ex- presidente, Paulo Okamotto teria ameaçado Marcos Valério de morte, caso ele “contasse o que sabia”, afirmou o empresário.

Segundo Valério, Okamotto o teria procurado por ordem de Lula. 

“Tem gente no PT que acha que a gente devia matar você”, teria dito Okamotto. A assessoria do diretor informou que ele responderá às acusações “quando souber o teor do documento”.

Valério afirma que repassou R$ 512.337 do esquema para financiar a campanha de Humberto Costa (PT) ao governo de PE, em 2002. O senador nega.
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* Valério contou que depositou quase R$ 100 mil de uma vez na conta da empresa de Freud Godoy pouco tempo depois de Lula ter tomado posse como presidente da República pela primeira vez. O dinheiro era para pagar despesas de Lula, segundo Valério. A CPI dos Correios, ao quebrar o sigilo fiscal de uma das empresas de Valério, descobriu o depósito feito na conta de Freud - R$ 98.500,00 em 21 de março de 2003.

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