segunda-feira, 15 de abril de 2013

A TERCEIRA VIDA DE PALOCCI



“A terceira vida de Palocci”. Este é o título da matéria principal da revista Istoé deste fim de semana. A reportagem da revista mostra como tem operado o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, que depois de ser levado duas vezes ao ostracismo, volta à cena política com a missão de aproximar o governo de empresários e banqueiros.

José Dirceu relatou a Lula, durante um jantar em São Bernardo, uma crescente insatisfação do setor de logística com a gestão da presidenta Dilma Rousseff. Como conhece muito bem a força do empresariado em uma disputa presidencial, Lula resolveu trazer de volta ao tabuleiro um velho bombeiro, tarimbado na prática de apagar os incêndios que costumam colocar o setor produtivo e o PT em lados opostos: Antônio Palocci. 

Segundo Istoé, Palocci continua sendo uma espécie de avalista da política econômica de Dilma junto ao empresariado, e sua participação política no governo vem aumentando, ainda que só nos bastidores. 

“No PT, as novas movimentações de Palocci foram inicialmente aplaudidas. O problema é que, com o aval de Lula, nas últimas semanas o ex-ministro passou a avançar em outras áreas, o que tem incomodado setores do partido”, diz Istoé. 

Essa é a terceira vez que Lula tira Palocci das fronteiras de Ribeirão Preto, no interior paulista, para lhe dar musculatura política e projeção nacional.

Antonio Palocci já foi acusado de chefiar um esquema de corrupção quando prefeito de Ribeirão Preto, foi demitido do Ministério da Fazenda, em 2006, depois da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo, e em 2011, de volta ao governo, desta vez com Dilma, teve que pedir demissão da Casa Civil por denúncias de enriquecimento ilícito.  

Em 2002, quando a possibilidade de o ex-sindicalista chegar ao poder ainda assombrava as elites, Palocci foi um dos principais responsáveis pela carta aos brasileiros – documento que acalmou o empresariado, já que nela o PT e Lula se comprometiam a cumprir os contratos estabelecidos. 
Durante a campanha, o médico que militou em grupos de esquerda e que como prefeito promoveu uma gestão marcada pelas privatizações fez a interlocução com os empresários. 

No Ministério da Fazenda, Palocci conduziu uma política ortodoxa, impondo um arrocho capaz de fazer inveja a qualquer tucano. Era o homem mais poderoso da Esplanada dos Ministérios, mas caiu depois de flagrado em uma mansão de Brasília onde lobistas de Ribeirão Preto promoviam animadas festinhas. 

Para tentar se defender recorreu a um método pouco republicano: quebrou o sigilo bancário de um caseiro. Abatido, voltou para Ribeirão Preto e permaneceu na penumbra política até a eleição de 2010. 

Depois de escolher Dilma como candidata, Lula trouxe Palocci novamente à luz, para mais uma vez avalizar o PT junto à elite econômica e financeira. O sucesso da missão fez dele um poderoso ministro da Casa Civil e homem forte do governo. Em junho de 2011, menos de seis meses depois de retornar à corte, caiu novamente. Dessa vez por não conseguir explicar a multiplicação de seu patrimônio através de uma empresa privada de consultoria.

Leia mais aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário