sábado, 28 de fevereiro de 2015

A PIZZARIA DO DOUTOR JANOT

Que mimo! O estado brasileiro encontrou os corruptores, mas não tem certeza se existem corrompidos…

Por Reinaldo Azevedo
Então vamos lá, caros internautas. Quem lê este blog sabe desde domingo que Rodrigo Janot, procurador-geral da República, andava, digamos assim, “conversando” com José Eduardo Cadozo, ministro da Justiça. A publicação da informação me rendeu alguns ataques bucéfalos. Eu estaria, ora vejam!, fazendo carga contra o Ministério Público. Escrevi ontem um post a respeito e convidei os leitores insatisfeitos com o blog a fazer o que faço quando acho que um veículo não presta: ler outra coisa. Vamos seguir.
Às 6h21 de quarta-feira, os que acompanham esta página leram aqui umpost cujo título era este: “Janot, os pedidos de abertura de inquérito e a denúncia… É preciso cuidado para que o braço político do crime não se dê bem de novo!”.
Janot inquéritos
E escrevi lá o que segue:
Janot inquéritos 2Janot inquéritos 3
Muito bem! Na Folha desta sexta, lê-se o que segue.
Folha Janot inquéritos
FOlha Janot inquéritos 2
Folha Janot inquéritos 3
Retomo
Olhem cá, meus caros: meu interesse nessa história vai nesta ordem, de acordo com a minha profissão:
1: apegar-me aos fatos — é o trabalho de um jornalista;
2: cobrar que se faça Justiça, de acordo com as leis da democracia e do estado de direito.
Reitero: os que estiverem satisfeitos com isso continuem no blog. Os que não estiverem estão a um clique de fazer a coisa certa.
Não sou adivinho. Não sou ideólogo. Não sou pitonisa. A pizza que se busca assar no petrolão é muito mais sofisticada, reitero, do que a que se assou no mensalão. Alguns espertos e expertos estão abusando da ignorância e do velho rancor contra os ricos — vocês sabem como eles têm as costas largas… — para transformar os empreiteiros nos grandes bandidos da República, enquanto os políticos, a exemplo do que se deu no mensalão, continuarão a saltitar por aí. É contra isso que me insurgi desde o princípio.
E pergunto de novo: o Ministério Público vai ou não fazer a delação premiada de Ricardo Pessoa?
Para encerrar
Naquele post de quarta-feira, deixei claro que Janot pedir ao STF o fim do sigilo dos procedimentos de investigação — incluindo inquéritos — é pura firula populista, tendente a ser rejeitada pelo tribunal. Estivesse realmente interessado em justiça e celeridade, ele ofereceria, em muitos casos escancarados, a denúncia, em vez pedir a simples abertura de inquérito.
Estamos diante de mais um caso de surrealismo explícito. Vejam que graça: temos pessoas que o estado considera “corruptoras” — os empresários denunciados —, mas esse mesmo estado tem dúvidas se existem os “corrompidos”… Ou por outra: o estado brasileiro tem certeza de que existe o criminoso, mas não está certo de que o crime tenha existido. É uma piada!
 Eu opino muito, sim. Mas a base da minha opinião são os fatos. Os incomodados que se mudem. Sobrarão muitos milhares.
Obrigado!

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