sábado, 7 de fevereiro de 2015

CHEGA DE ERRAR

GLAUCO FONSECA

Einstein disse que é insano continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Se isto é tão verdadeiro quanto a relatividade, então estamos condenados à loucura e à danação eterna. Em sendo também verdade que todos os homens são iguais, à imagem e semelhança do Senhor (Gênesis 1:27), o futuro é tenebroso pela relação causal que se pode deduzir: Se cometemos erros recidivos e pouco – ou nada – aprendemos com eles, seria a nossa insanidade o que nos torna diferentes de Deus, por mais que Sua boa vontade tenha sido a de nos fazer parecidos? Nossa compulsão por errar e não aprender é nosso limite como ser que habita o universo?
Esta introdução filosófica de botequim é apenas para adentrar num tema que nos incomoda muito. Como é que podemos errar tanto em decisões que poderiam ter sido evitadas? O que explica Dilma ter vencido as eleições de 2014 com o Petrolão espocando o “sealed beam” em sua nuca? Qual o teorema perverso que explica a vitória de Lula em 2006, em plena denúncia devastadora do Mensalão? O que podemos esperar da economia de um país que gasta muito mais do que arrecada? Qual o resultado que advirá da queda contínua do desempenho industrial? De que forma a reeleição de Dilma poderá fazer com que tenhamos tempos mais prósperos, democráticos, transparentes e para que o país se afaste das tentações corruptas, bolivarianas e dos apelos populistas da ignorante e ineficaz gestão do PT?
As respostas são todas emolduradas pela frase de Einstein. Somente a neurose coletiva em alto grau pode nos fazer perseguir bons resultados através de péssimas práticas. É como tentar vencer um campeonato com o pior time, ficar letrado sem ler, passar no vestibular de medicina da USP sem estudar. Impressiona, além do mais, que todo e qualquer ser humano sabe do que estou falando. Qualquer pessoa sabe que não se enriquece tendo mais despesa do que receita, não se fica saudável bebendo e cheirando pó todo dia, não se emagrece à base de macaxeira e farinha de milho. Nós todos, beirando a idiotia coletiva desenganada, sempre soubemos que o PT jamais seria capaz de gerenciar um país, quanto menos um país em crise econômica e política.
O que nos torna tão doidos a ponto de eleger e reeleger Maluf, Lula, Dilma, Sarney e outros tantos? São eles que são bons e nós é que não prestamos? Quiçá descubramos, no futuro, que as virtudes ortodoxas que tanto achávamos adequadas eram, na verdade, cretinices intelectuais? Será que os gregos e os esquerdistas estão certos em gastar muito mais do que o bom senso sugere? Será que corrupção tendo o PT à frente é desculpável? Ou Maria da Graça, Gabrielli, Paulinho, Duque, Youssef e Cerveró são, de fato, guerreiros do povo brasileiro, tanto quanto Dirceu, Delúbio, Genoíno e Silvinho Land Rover?
Ó dúvida cruel. Einstein empresta o termo “relatividade” para o que acontece aos brasileiros, um país onde tudo é relativo e tudo desafia o senso comum. Só nos resta reconhecer também que a quebra de ciclos é sempre dolorosa, mas necessária. Tirar Graça da Petrobras foi uma pequena ruptura, tirar Dilma do governo, pelo impeachment, não é relativo; é necessário. Tirar o PT do governo, estancando a corrupção que carcome o que sobrou do Brasil não é necessário. É absolutamente vital.
Então chega de insanidade e de relativismos. Temos que resolver o país em 2015. Não dá mais para esperar. Repetir os mesmos erros ninguém aguenta mais. Precisamos, no mínimo, de erros novos.

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