sábado, 7 de fevereiro de 2015

QUEM TEM JUÍZO QUER DISTÂNCIA DO PT

Merval Pereira, de O Globo, avisa que o recém nomeado presidente da Petrobras pode cair antes de assumir, tamanha a reação contrária ao seu nome. O problema, segundo o colunista, é que a indicação de Bendine mostra que o governo não encontrou nenhum executivo de peso na área privada que aceitasse assumir a presidência da estatal, que se debate em uma crise sem precedentes. (Ou seja, ninguém quer correr o risco de pagar o preço que outros empresários estão pagando, o de ir para a cadeia por fazer parte de "negócios" com o desgoverno petista). A indicação demonstra ainda, segundo ele, que a presidente Dilma não pretende abrir mão de interferir na Petrobras quando achar necessário, e na praça não há executivo ou empresário de peso que se disponha a passar por essa situação.

Aécio ironiza Bendine na Petrobras




A escolha do atual presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para assumir o comando da Petrobras gerou críticas da oposição e até de integrantes da base governista. Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) foi irônico ao comentar a indicação do executivo do banco público para a principal estatal do país. Já petistas saíram em defesa do sucessor de Graça Foster: "É bom executivo", avaliou o presidente nacional do PT, Rui Falcão.

Em sua página na rede social Facebook, Aécio disse que já que Bendine estava no governo, ele foi o único nome disposto a assumir o posto em meio à crise da estatal do petróleo.

"Não tendo conseguido alguém de fora do governo que se dispusesse a ser sócio do maior escândalo de corrupção da história contemporânea do país, restou à presidente buscar dentro do próprio governo o novo presidente da Petrobras. O que retrata à perfeição o slogan da campanha da presidente Dilma: 'governo novo, ideias novas'", comentou Aécio na rede social.

“Consta que ele [Bendine] é um bom executivo, esteve à frente do Banco do Brasil, uma empresa lucrativa, e ele saberá fazer a composição do conselho e fazer uma boa gestão”, defendeu o presidente nacional do PT.

O nome de Bendine foi aprovado pelo conselho de administração da Petrobras na tarde desta sexta-feira. A indicação do executivo do Banco do Brasil para o comando da petroleira foi antecipada pelo Blog da Cristiana Lôbo.

Além da repercussão negativa no mercado, a escolha desagradou parlamentares de oposição, que disseram esperar um nome com maior "credibilidade". Já a base governista, mesmo admitindo que o nome de Bendine não agradou aos investidores, defendeu a escolha de Dilma.

O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), classificou de "improviso" a escolha de Bendine para o comando da estatal. Para o parlamentar, a indicação do ex-presidente do Banco do Brasil para o cargo teve a intenção de "segurar a onda" da crise que se instaurou na Petrobras.

"Eu acho, sinceramente, um improviso. O governo deixou de privilegiar alguém que tivesse um perfil técnico, de credibilidade, e prefiriu alguém que já estava no governo. [...] Não há uma opção para mudar de verdade a Petrobras", disse o democrata.

"[Prevaleceu] o interesse do governo de segurar as pressões internas e não fazer a restauração que precisa do ponto de vista de credibilidade", concluiu Mendonça Filho.

O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara, afirmou que a escolha foi motivada pelos "resultados que o BB apresentou". O petista ressalvou, porém, que a escolha das diretorias da estatal deve ser de pessoas com "conhecimento técnico".

“A escolha da presidenta é consequência dos resultados que o BB apresentou. O cargo de presidente é, sem dúvida, o mais importante. Porém, tem que se avaliar os resultados e escolhas das diretorias. Seguramente, eles terão que escolher pessoas do setor com conhecimento técnico para gerir a situação”, enfatizou.

O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), classificou de "decepcionante" a escolha do presidente do Banco do Brasil.

"Ele não tem conhecimento de um setor extremamente complexo e não possui estofo para levar a Petrobras a um patamar de credibilidade que ela necessita neste momento", afirmou o parlamentar.

Rubens Bueno lembrou que Bendine era tido como demissionário da presidência do Banco do Brasil por causa do escândalo do empréstimo de R$ 2,7 milhões à apresentadora de TV Val Marchiori, que tinha restrição de crédito por não ter pago outro financiamento do BB. "Não podemos dizer que é um currículo que o recomende para assumir uma empresa da grandeza da Petrobras", disse.

Quando o escândalo estourou, Bendine chegou a entregar o cargo, mas a nomeação de seu sucessor ficou aguardando a escolha do novo ministro da Fazenda, que veio a ser Joaquim Levy. "Esse senhor esperava a demissão e foi presenteado com a presidência da Petrobras. O governo ri na cara da sociedade", afirmou Bueno.

Ao comentar a escolha de Aldemir Bendine para a Petrobras, o líder do PT na Câmara, Sibá Machado, afirmou que o ex-presidente do Banco do Brasil tem “quilate” para assumir a gestão da estatal do petróleo. Na avaliação do parlamentar, Bendine tocou “bem” o banco público.

“Eu vou imaginar o seguinte: a Petrobras é a maior empresa do Brasil e o Banco do Brasil, a segunda maior. Se ele toca tão bem a segunda maior empresa brasileira, certamente tem quilate para tocar a maior empresa brasileira”, disse.

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) disse que a mudança da qual a Petrobras precisa não passa apenas pelo nome do presidente da empresa, mas por um “conjunto de fatores que levaram a Petrobras à calamidade”.

“É preciso indicação de pessoas competentes e que não estejam lá para roubar em nome de partidos políticos, como era o caso dos diretores que o presidente Lula e, na sequência, a presidente Dilma nomearam. É também uma questão de mudança de filosofia de gestão”, afirmou.

Já o vice-líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), admitiu que o nome não provocou boas reações no mercado, mas ponderou que a presidente Dilma Rousseff pode ter tido “dificuldades” em encontrar um nome que atue na iniciativa privada.

"Talvez ela [Dilma Rousseff] não tivesse outra opção. Ela sondou vários nomes, pessoas de mercado que têm um salário muito maior que o de presidente da Petrobras”, afirmou o peemedebista.
(...)

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