segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A MARCA DOS VENCEDORES

"Um rápido exame da trajetória dessa gente revela, porém, a marca da impiedade. Nós, as pessoas comuns, devemos dar graças aos deuses, todos os dias, por não termos nascido com essa marca."


Augusto de Franco

Observação sem qualquer pré-julgamento moral. Um dos principais fatores para o chamado sucesso empresarial é o mesmo para alguém se tornar chefe mafioso (ou de uma organização criminosa similar): a coragem de fazer, no tempo certo, o que os outros não têm coragem de fazer (às vezes, aí sim, por escrúpulos de natureza moral). E uma certa despreocupação com o outro, a não ser quando ele pode ser usado como instrumento dos próprios propósitos. 

Todo o blá-blá-blá dos programas de formação empresarial, como Empretec e assemelhados e toda aquela conversa desumana ultra-competitiva que rola em iniciativas como Endeavor, não passa de bullshit. 

Até bem recentemente Eike Batista (falido) e André Esteves (hoje preso) eram muito celebrados na companhia de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Há mais tempo cantava-se em prosa e verso a ousadia empresarial de Ricardo Semler. Isso para não falar dos mega-empreiteiros, como Marcelo Odebrecht e todos os outros que estão atualmente na cadeia ou usando tornozeleira eletrônica. Todos esses teriam nascido com a marca dos vencedores. 

Um rápido exame da trajetória dessa gente revela, porém, a marca da impiedade. Nós, as pessoas comuns, devemos dar graças aos deuses, todos os dias, por não termos nascido com essa marca.

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