terça-feira, 17 de novembro de 2015

SUBESTIMA OS BRASILEIROS QUEM PENSA QUE TODOS SÃO SUBMISSOS

Greve de petroleiros continua na Bacia de Campos

Sem o menor constrangimento, a FUP recomendou a aprovação da proposta da Petrobras de aumento salarial de 9,53% e pagamento de apenas 50% dos salários pelos dias não trabalhados durante a greve.

"Desde que o PT chegou à presidência em 2002, com a FUP e CUT se tornando braços do governo no movimento sindical petroleiro, nunca houve em mais de 12 anos uma rebelião de base contra a federação. Isso está ocorrendo", afirmou em nota à Reuters o Sindipetro LP, filiado a FNP.

Plataforma da Petrobras na Bacia de Campos, Rio de Janeiro

O sindicato que representa os petroleiros da Bacia de Campos afirmou nesta segunda-feira que permanece em greve, contrariando o indicativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) pela interrupção da paralisação. O Sindipetro Norte Fluminense (Sindipetro NF) disse que seguirá com a greve para garantir o pagamento dos salários dos funcionários referente aos dias de paralisação e contra o plano de venda de ativos da petroleira. A Bacia de Campos é responsável por mais de 60% de toda a produção brasileira de petróleo.

A paralisação está aumentando ainda mais a pressão operacional e financeira sobre a Petrobras, que luta para manter todas as fontes de receita enquanto busca se reerguer em meio aos baixos preços do petróleo e de uma crise do setor no país. "A rejeição criou uma situação confusa", disse Fernanda Vizeu, assessora de imprensa Sindipetro NF. "Membros querem ser pagos por todos os dias em que estiveram em greve, e não pela metade, e querem uma discussão mais ampla sobre cortes orçamentários e vendas de ativos."

Os doze sindicatos filiados à FUP entraram em greve em 1º de novembro, em um esforço para reverter os planos da Petrobras de cortar investimentos e vender mais de 15 bilhões de dólares de ativos até o fim de 2016. A Petrobras chegou a admitir perdas diárias com redução da produção de até 13% em relação aos níveis pré-greve, tornando o movimento o pior desde 1995.

Na sexta, a FUP recomendou a aprovação da proposta da Petrobras de aumento salarial de 9,53%, pagamento de 50% dos salários pelos dias não trabalhados durante a greve e a promessa de um grupo de trabalho integrado por representantes do sindicato e da Petrobras para discutir cortes no orçamento e vendas de ativos. Já a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que representa outros cinco sindicatos, por sua vez, está recomendando que seus associados mantenham a greve e critica a decisão da FUP de interromper o movimento.

"Desde que o PT chegou à presidência em 2002, com a FUP e CUT se tornando braços do governo no movimento sindical petroleiro, nunca houve em mais de 12 anos uma rebelião de base contra a federação. Isso está ocorrendo", afirmou em nota à Reuters o Sindipetro LP, filiado a FNP.

(VEJA, com agência Reuters)

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