Matéria esclarecedora de Reinaldo Azevedo.
O segundo turno, os futurólogos, os marqueteiros, as pesquisas e o jornalismo
Como digo há tempos aqui, eu não sei se vai haver segundo turno; havendo, não sei quem vai ganhar as eleições. 
Quem deu para fazer previsões nos últimos tempos foram os responsáveis pelos institutos de pesquisa. 
Como essa gente é loquaz!
A exemplo dos juízes, deveriam se manifestar só nos autos - no caso deles, os números que apuram. 
Mas não! 
Falam pelos cotovelos: dão os números - o que confere às suas opiniões o peso de uma ciência - e, em seguida, passam a fazer especulações, algumas as mais vexaminosas. 
E ai daquele que se aventurar a contestá-los! 
Afinal, eles são “especialistas”. 
Uma conclusão à margem neste parágrafo para voltar ao leito do pensamento: RESPONSÁVEIS POR PESQUISAS DEVERIAM SE IMPOR SILÊNCIO OBSEQUIOSO. 
Ou, então, parem de fingir que há ciência nos seus chutes.
Não sei se vai haver segundo turno; havendo, não sei quem vai ganhar. 
O que sei é que nenhuma outra eleição foi “decidida” com tanta antecedência na imprensa. 
Reféns das pesquisas
As campanhas políticas ficaram reféns de duas categorias: as pesquisas de opinião e os marqueteiros. 
Elas diziam que o eleitor queria continuidade, e eles passaram a oferecer continuidade aos eleitores… 
O confronto se deu, então, entre a “Continuidade de Exaltação” e a “Continuidade de Superação”. 
É claro que isso despolitizou a disputa. 
Essa despolitização permitiu que um discurso incompreensível como o de Marina ganhasse relevo. 
A cobertura jornalística
Mesmo num confronto que não privilegiou propostas ou idéias, a cobertura da imprensa foi, com as exceções que sempre existem, pífia.  
Dilma tinha ainda 5% ou 6% dos votos, e as tais pesquisas diziam que a maioria dos eleitores brasileiros votaria ou poderia votar num candidato indicado por Lula. 
E essa “verdade” pautou desde sempre a cobertura. 
Quando Dilma finalmente ultrapassou Serra nas pesquisas - o que só aconteceu em julho, embora se esperasse por isso desde o fim do ano passado -, deu-se a eleição por encerrada. 
Repito: não sei se vai haver segundo turno; havendo, não sei quem vai ganhar. 
O que sei é que tudo o que está na história é um dado que compõe a história. 
Tautológico? 
Pode ser. 
Mas se torna necessário declarar o óbvio nos dias que correm. 
No mínimo, é preciso ter um pouco mais de cuidado. 
Ainda que Dilma vença as eleições logo mais, isso não elimina o fato de que esta eleição foi marcada por um péssimo comportamento dos institutos de pesquisa - e, nesse caso, refiro-me àqueles que não são comprados; os de aluguel estão praticando banditismo faz tempo - e do jornalismo político.
A história de que pesquisas são meros termômetros é mentirosa: seus números facilitam ou dificultam alianças, acabam ditando o comportamento dos palanques regionais, têm influência estupenda na arrecadação de fundos de campanha e criam marés de notícias positivas ou negativas. 
Ora, Dilma comia poeira, lá atrás, mas o tom do noticiário era um só: “Vai mudar”, e é claro que isso criava facilidades para a candidata. 
Serra tinha folgada vantagem, e o tom do noticiário era um só: “Vai mudar”, e é claro que isso criava dificuldades para o candidato. 
Quando mudou, bastou para que se decretasse: “Acabou!”, e isso passou a ser considerado no texto da maioria dos analistas um “dado da realidade”, coisa conhecida.
No Datafolha, Dilma chega ao dia da eleição com a mesma porcentagem de votos válidos que Lula tinha em 2006, quando a disputa foi para o segundo turno. 
Há uma coisa diferente: há quatro anos, o jornalismo político não chegou tão longe na “antecipação” da história como agora. 
E não tentou resolver a eleição sem o concurso do eleitor.
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PARE PRA PENSAR:
ResponderExcluirSe Gilberto Gil que era ministro do Lula está pedindo pra não votar na Dilma -
Se Heloisa Helena, uma das fundadoras do PT é contra a candidatura da Dilma -
Se Marina Silva, ícone no PT, saiu e foi para o PV com muitos petistas
Se Joelmir Beting, jornalista e sociólogo renomado, está pedindo pra não votar na Dilma -
Se Arnaldo Jabor, o crítico e comentarista do Jornal Nacional e do Jornal da Globo também está pedindo pra não votar na Dilma -
Se a Marília Gabriela também está pedindo pra não votar na Dilma -
Se a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil está pedindo pra não votar na Dilma -
Se Pastores de todo o Brasil estão se mobilizando contra a candidatura da Dilma –
Se Collor, Sarney, Barbalho, Renam, Maluf, Chàvez, Genoino, Erenice e Zé Dirceu votam em Dilma -
ACORDA!!!
TEM COISA MUITO ERRADA POR TRAZ DA DILMA! TEMA!
ANALISE BEM ANTES DE VOTAR!!!
A MAFIA PTRALHA já começou a agir, NESTE MOMENTO ouço no noticíario local uma agressão à governadora tucana YEDA, quando da votação.
ResponderExcluirUm garrafa de combustível foi jogado sobre o veículo que pegou fogo.