quarta-feira, 2 de abril de 2014

DOCUMENTOS SUGEREM PROPINA DA ALSTOM... NA PETROBRAS

Por Fausto Macedo e Fernando Gallo, no Estadão:

Documentos apreendidos em uma operação da Polícia Federal sugerem que a Alstom pagou propina relacionada a um projeto da Petrobrás no Rio de Janeiro. Trata-se da Termorio, maior termoelétrica a gás do Brasil, construída pela multinacional francesa. Faturas comerciais, acordos de consultoria, e-mails, extratos bancários e depoimentos apontam a prática ilícita em relação ao projeto. Os documentos foram apreendidos em operação da PF em 2006 que desmontou um golpe contábil contra Itaipu e outras companhias do setor elétrico. Nela, foram presas seis pessoas, entre elas um engenheiro da Alstom.
Os documentos foram apensados ao inquérito da PF que deu origem à ação penal contra 11 pessoas do caso Alstom, aberta pela Justiça Federal em fevereiro por corrupção e lavagem de dinheiro da empresa francesa em um projeto de uma extinta estatal de energia paulista. O material indica que a Alstom pagou a uma empresa uruguaia por consultoria fictícia a respeito da obra da Termorio. Investigadores sustentam que o procedimento é o mesmo usado pela Alstom em diversos países para dissimular o pagamento de propina.
No material apreendido pela PF está o acordo de consultoria entre a Aranza SA e a Alstom da Suíça datado de abril de 2004. Nele, a empresa uruguaia é contratada para prestar serviços referentes à Termorio, que estava sendo construída pela multinacional francesa e que viria a ser utilizada na refinaria da Petrobrás em Duque de Caxias (RJ). Em depoimento, o dono da Aranza, Luis Geraldo Tourinho Costa, um dos presos na operação, afirmou que cedeu a empresa e a conta para um funcionário da Alstom para “transações financeiras relacionadas à Termorio”. Tourinho disse que “os depósitos eram feitos na conta da empresa e posteriormente recebia instruções de como proceder para dar destinação aos valores, sem saber do que se tratava”.
Operador
Além disso, há faturas emitidas pela Aranza à Alstom por serviços relativos à Termorio, bem como e-mails do funcionário da multinacional Werner Fischer pedindo a um operador da empresa uruguaia que nos recibos constasse uma descrição do serviço “impressionante o suficiente para que uma eventual auditoria considerasse os custos como justificados”.
(…)

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