segunda-feira, 2 de agosto de 2010

CAPACHO (continuação do terror, que para o presidente brasileiro virou deboche)


Durante um comício em favor da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência, o Babalorixá de Banânia resolveu oferecer a sua ajuda a Sakineh nestes termos:

“Se vale a minha amizade e o carinho que eu tenho pelo presidente do Irã e o povo iraniano, se essa mulher está causando incômodo, a receberíamos no Brasil de bom grado”.

Notem que a vítima aparece como aquela que “está causando incômodo”.
Mahmoud Ahmadinejad, que manda enforcar opositores em praça pública, pendurados em guindastes — como se vê na foto —, merece a “amizade” e o “carinho” de Lula.
Mas isso ainda é pouco.

O presidente brasileiro não está se oferecendo para receber a iraniana condenada ao apedrejamento em nome da civilidade, dos direitos humanos ou mesmo da caridade.
Ele se propõe a resolver um “incômodo” de seu amigo Ahmadinejad.
Entende-se que a oferta busca honrar aquela “amizade” e aquele “carinho”.
Não é que ele ache a pena, em si mesma, brutal ou injusta.
Lula, em suma, justifica o mal.

A impiedade de sua oferta — e nisso está sua impostura — se revela na seqüência de sua fala, quando confessa, em seu português exótico, cujo sentido se presume, ter traído Marisa Letícia:

“Fico imaginando se um dia tivesse um país do mundo que se o homem trair fosse apedrejado. Eu queria saber quem é que ia gritar: ‘Atire a primeira pedra iá iá aquele que não traiu’”.

Ele cantarolou.
Os presentes riram.
Lula é a face risonha da morte.
Lula é a versão galhofeira das tiranias.
Lula é o clown da violência institucional.
No fim das contas, oferece o Brasil como abrigo inferindo que esta é uma boa terra para adúlteros, não para vítimas de ditaduras.
Bem, os boxeadores cubanos que o digam.
Lula os jogou no colo de Fidel Castro.
Tudo compatível com o pensador que comparou os protestos contra a fraude eleitoral no Irã a torcedores descontentes porque seu time perdeu o jogo.
Lula atinge o grotesco quando cantarola “atire a primeira pedra” referindo-se justamente a a uma mulher condenada ao apedrejamento.
Eis o vilão ético.

E, por espantoso que pareça, Lula também transgrediu abertamente a lei ao fazer, num palanque eleitoral, uma oferta que diz respeito ao que seria um ato de governo.
Sua propensão à ilegalidade é incurável.

Mãos sujas
O Babalorixá já havia lavado as mãos nesse caso — sujando-as, como de hábito, no sangue de todas as ditaduras do planeta.
Na quarta-feira, em solenidade no Itamaraty, explicou por que preferia não se envolver:

“Um presidente da República não pode ficar na internet atendendo todo o pedido que alguém pede de outro país. É preciso tomar muito cuidado porque as pessoas têm leis, as pessoas têm regras. Se começarem a desobedecer as leis deles para atender o pedido de presidentes, daqui a pouco vira uma avacalhação”.

Seria até ocioso, mas vale lembrar, uma vez mais, a título de registro histórico que este mesmo presidente foi a voz mais estridente contra os governos constitucionais de Honduras — tanto o provisório, que substituiu o golpista Manuel Zelaya, como o eleito (que o Brasil ainda não reconhece) —, ignorando, então, o fato de que aquele país “tem leis”.

E Dilma, a “mulher”?
A candidata petista Dilma Rousseff, a exemplo de seu chefe, é uma contumaz defensora do regime iraniano e de seu líder máximo, Ahmadinejad.
Suas entrevistas estão espalhadas por aí.
Dada a repercussão mundial do caso e considerando que Lula é um dos poucos “amigos” do facinoroso, resolveu se pronunciar a respeito.
Segundo a candidata, a condenação “fere a nós, que temos sensibilidade, humanidade”.

É a expressão do pensamento afásico da criatura eleitoral de Lula.
Uma ova, minha senhora!
A condenação de Sakineh não é algo que ofende almas sensíveis.
Trata-se de uma brutalidade que fere o que tem de ser considerado um padrão universal, sim, de civilização.

Lula manchou a reputação do Brasil num valor cada vez mais caro na relação entre os países: os direitos humanos.
Confessando-se um adúltero — e supondo que todos o são —, este senhor ofereceu-se para receber uma “adúltera”, não uma vítima de um regime asqueroso.
E assim procede porque, afinal de contas, suas relações com o tirano são de “amizade” e “carinho”.

É o mais baixo a que ele chegou até agora.
Fonte: Reinaldo Azevedo

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