domingo, 25 de setembro de 2011

O Brasil só poderá ter grandes eventos quando tiver um grande governo

Fifa pode tirar Copa do Brasil e entregá-la aos EUA
Brasil 247


Atrasos nos estádios e nos projetos de mobilidade urbana podem levar a entidade máxima do futebol a repetir o que ocorreu em 1986, quando o Mundial foi transferido da Colômbia para o México; americanos já estão de sobreaviso

No dia 26 de maio deste ano, o 247 foi a primeira publicação a alertar sobre o risco de que o Brasil perdesse a Copa do Mundo de 2014 para os Estados Unidos, em razão dos atrasos nas obras dos estádios e dos projetos de mobilidade urbana.

Naquele momento, já estava claro, para quem acompanha os movimentos da Fifa, a entidade máxima do futebol mundial, que os Estados Unidos, organizadores da Copa de 1994, vencida pelo Brasil, já se articulavam para sediar também o evento de 2014.

Neste fim de semana, diversas publicações alertam que o risco é real.
Eis os motivos:


• As obras de praticamente todos os estádios estão atrasadas.
Em muitos casos, os problemas são superfaturamento e esquemas com empreiteiras.

• Os projetos de mobilidade urbana não saíram do papel e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, já falou até em decretar “feriados” nos dias dos jogos – o que apenas evidenciaria a incapacidade do País em organizar um evento de porte mundial.

• A Lei Geral da Copa, enviada ao Congresso Nacional no último dia 19 pela presidente Dilma, desagradou, e muito, a Fifa, que pretende ter o controle total sobre temas como credenciamento de jornalistas, vendas de ingressos, gratuidades e proibição contra o marketing de emboscada – como a entidade tem acordos globais com cervejarias e outras marcas, pretende defender seus parceiros comerciais.

• Além de tudo isso, é péssima a relação entre o governo Dilma e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, que sonha em assumir o comando da Fifa após o Mundial de 2014.


Jerome Valcke já perdeu a confiança no ministro dos Esportes, Orlando Silva, e admite a interlocutores que pensa num plano B.
Este plano B existe e foi publicado aqui no 247, em maio: USA.


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Leia AQUI a reportagem anterior do 247 que trata do maior escândalo da história do futebol, apontando a distribuição de propinas de mais de US$ 100 milhões pela Fifa e pela CBF.

A especulação do cancelamento da Copa do Mundo no Brasil já se tornou motivo de apostas no mercado financeiro.
Os operadores da bolsa de valores iniciaram uma espécie de bolão sobre o destino da Copa do Mundo de 2014.
O objetivo é acertar qual país será o substituto do Brasil como anfitrião do torneio.

Motivos não faltam: o Ministério Público começou a investigar o possível superfaturamento das obras do Maracanã, o principal estádio brasileiro para o torneio; São Paulo, a capital financeira do País, corre perigo de não receber os jogos pelos problemas no futuro estádio do Corinthians; a reforma completa e necessária dos aeroportos foi descartada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada); e Ricardo Teixeira perdeu a força e caiu em desgraça na Fifa depois que um dirigente inglês o acusou de pedir propina para votar na Inglaterra como sede de 2018.
(continua)

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