Veja
Jornal britânico argumenta que deterioração fiscal está minando a capacidade do Brasil de promover estímulos ao crescimento
Dilma Rousseff: 300 bilhões em estímulos sem crescimento do PIB (Ueslei Marcelino/Reuters)
O fôlego financeiro do governo brasileiro para tentar acelerar a economia está cada vez menor. O alerta foi feito pelo jornal britânico Financial Times em reportagem nesta sexta-feira.
Ao citar o novo programa de estímulo à compra de eletrodomésticos anunciado esta semana pela presidente Dilma Rousseff, a reportagem diz que as opções da equipe econômica estão diminuindo diante de contas públicas que mostram deterioração.
Ao citar o novo programa de estímulo à compra de eletrodomésticos anunciado esta semana pela presidente Dilma Rousseff, a reportagem diz que as opções da equipe econômica estão diminuindo diante de contas públicas que mostram deterioração.
"Anunciado com alarde pela presidente Dilma Rousseff, o programa 'Minha Casa Melhor' é visto pelos economistas como mais um estímulo fiscal em uma economia em dificuldades. A preocupação é que a iniciativa ocorre depois de dois anos e 300 bilhões de reais em programas fiscais que falharam consistentemente em tentar reavivar o crescimento", diz a reportagem.
"Isso tem feito alguns economistas se perguntarem quantos programas desse tipo o Brasil pode pagar antes que se esgotem as opções."
"Isso tem feito alguns economistas se perguntarem quantos programas desse tipo o Brasil pode pagar antes que se esgotem as opções."
Segundo o FT, iniciativas do governo "estão comendo o superávit primário, geram preocupação dos economistas e contribuíram para a Standard & Poor's piorar a perspectiva da nota brasileira para negativa".
A reportagem cita especialmente o efeito sobre o superávit primário, cuja meta é equivalente a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Ao lembrar que o governo realizou "manobras contábeis" para melhorar o resultado das contas públicas, o jornal cita que o superávit primário real do ano passado foi de 2,4% do PIB e deverá cair para 1,5% do PIB este ano. " Com uma eleição presidencial no próximo ano, o governo deve gastar mais, o que poderia reduzir o esforço fiscal ainda mais, para 0,9% em 2014", diz o texto.
Analistas ouvidos pelo diário alertam que, no caso brasileiro, superávits primários inferiores a 1,5% do PIB têm como efeito o aumento da dívida líquida do setor público. A reportagem diz ainda que "há rumores de que a presidente Dilma Rousseff anunciará nesta sexta-feira medidas fiscais".
(Com Estadão Conteúdo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário