sexta-feira, 31 de outubro de 2014

ALGUÉM ESTÁ MENTINDO, SERÁ O ELEITOR?

Por que será que inventaram mais uma novidade nessa eleição? A proibição do uso do celular. De acordo com o critério estabelecido, crimioso não é quem frauda a urna, mas quem tentasse comprovar uma eventual denúncia.

PSDB faz bem em pedir auditoria das urnas; é crescente a desconfiança de milhões de eleitores; descrença também reflete inconformismo com a reeleição de Dilma

Urna eletrônica: ela está sob suspeita; descrença se generaliza
Urna eletrônica: ela está sob suspeita; descrença se generaliza

Por Reinaldo Azevedo

O PSDB decidiu pedir uma auditoria nas urnas eletrônicas. Já há alguns dias estou para tratar do assunto aqui. Eis a melhor hora. Faz sentido cobrar a verificação? Faz, sim., e vou dizer por quê. Como nunca antes na história “destepaiz”, para citar o Babalorixá de Banânina, multiplicaram-se as denúncias e as suspeitas de ocorrências estranhas envolvendo as urnas eletrônicas. Digo com clareza o que penso: pessoalmente, não acredito na possibilidade de fraude. Pessoas tecnicamente competentes, que conhecem a área, me dizem que seria muito difícil isso acontecer — há quem sustente ser impossível. Sem entrar em minudências, digo que me deixei convencer. Mas também não posso ignorar algumas coisas.
Minutos depois de desligadas as urnas, recebi esta mensagem em meu celular. Apago o nome do emissor porque não lhe pedi autorização para divulgar a mensagem. Sugiro que ele procure a Corregedoria do TSE para relatar o episódio.
Recebi a seguinte mensagem em meu celular:

denúncia lacre
Transcrevo:
“Sou presidente de mesa numa seção do Mackenzie — ele se refere a uma escola do bairro de Higienópolis, em São Paulo. Acabo de ser orientado a não lacrar o disquete/mídia da urna. Na verdade, não tenho nem envelope para lacrar, como é de costume. Foi dito que é em função da urgência para a apuração; que vão recolher rapidamente os disquetes, antes mesmo de entregar os outros materiais aos fiscais, para que seja levada rapidamente para apuração. Pra que a pressa se o Acre leva ainda mais não sei quantas horas?”
Se o coordenador jurídico do PSDB, deputado Carlos Sampaio, quiser mais dados, é só me procurar que eu os forneço. A não lacração, da forma como relata o presidente de mesa, poderia abrir caminho para alguma irregularidade? Não sei. É preciso verificar.
A fraude pode ser uma dessas lendas que surgem de vez em quando? É claro que sim! Feito a Loura do Banheiro que assediava crianças nas escolas. Reitero que tendo a não acreditar na fraude, mas é tal a quantidade de denúncias que alguma resposta precisa ser dada. Quando menos porque o eleitorado tem de acreditar na lisura do processo. Ou tenderá a se abster cada vez mais.
Uma coisa é fato: a descrença nas urnas não tem corte de escolaridade, de renda, de ideologia, de nada. É generalizada. Até compreendo os motivos. Nestes dias em que os anseios participativos estão aflorados, em que se fala até em democracia direta, o controle que a cidadania exerce sobre o sistema, convenham, é praticamente igual a zero. O tal sistema é obra para especialistas. Considerando que se trata de urna e eleição, não de uma usina nuclear, é justo que o eleitor queira saber mais a respeito.
Inconformismo
É claro que as múltiplas denúncias e a desconfiança inédita nas urnas refletem também o descontentamento de muitos milhões com o resultado da eleição, que deu a vitória a Dilma por pouco mais de três pontos. Há coisas interessantes em curso: já topei com pessoas, nesses quatro dias, que votaram na petista e se dizem agora arrependidas, mesmo com a onipresença da represidenta na televisão, em múltiplas entrevistas.
Que se faça a auditoria. Reitero que não tenho elementos para desconfiar das urnas, mas milhões de eleitores julgam ter, e eles merecem, sim, uma resposta.

Mais uma denúncia grave sobre as urnas, que chega com RG, CPF, nome e sobrenome


Recebo da leitora T. M. a seguinte mensagem. Leiam. Volto em seguida.
Prezado Reinaldo Azevedo,
eu voto no colégio Rio Branco, em frente e o Sion. Quando chegou minha vez de votar, no primeiro turno, a mesária me pergunta se eu já havia votado. Eu disse que não. Ela chamou o fiscal e me conduziu para a coordenadora-geral porque lá constava que eu já havia votado.
Sumiram com meu título eleitoral. No final, exigi 2a. via do meu título e certidão de quitação eleitoral, já que sou aposentada (ELA CITA O ÓRGÃO PÚBLICO PARA O QUAL TRABALHOU) e preciso da quitação, senão não recebo meus proventos.
Esperei por duas horas lá, até chegar minha segunda via e a quitação. E disse que eu só sairia de lá após ter votado.
Não sei como fizeram, mas o fiscal me conduziu à sala de votação e consegui votar. Tenho o comprovante da certidão de quitação eleitoral, datada do dia 05 outubro.
Esta é a prova.
É preciso sim, que o PSDB exija apuração das urnas.
Atenciosamente,
T.M
Voltei
T. M. manda nome, sobrenome, RG, CPF e órgão público do qual é aposentada. Eis aí um caso. Se ela estiver falando a verdade — e por que mentiria? —, a questão é grave. Se constava que ela já tinha votado, então o comando eletrônico do seu voto — o número que libera a urna — já tinha sido acionado. Como é que ele foi acionado uma segunda vez? O mesmo número, então, teria de permitir dois votos.
É evidente que isso tem de ser apurado. E com rigor. Os dados estão à disposição do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que cuida do assunto no PSDB.

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