domingo, 16 de outubro de 2011

Afinal, por que os petistas têm tanto ódio das pessoas que marcham contra a corrupção?

Por Reinaldo Azevedo

O PT apóia, sim, manifestações de rua. Em Nova York!
O PT apóia, sim, o povo na praça. No Egito!
O PT apóia, sim, atos contra a corrupção. Na Bulgária!
Ooops! Na Bulgária, não, companheiro!

Chega a ser fascinante o que está em curso.
As várias marchas contra a corrupção país afora têm uma característica comum: o baixo grau de partidarização...

O petismo queria, em suma, isso que vemos hoje: corrupção, impunidade, maracutaia, mas com o partido no comando.
Os males antes a serem vencidos se tornaram instrumentos da luta política. “Se a gente não os emprega, os nossos adversários farão uso deles primeiro”, explicam.
Essa é a justificativa (i)moral de todo canalha.
(...)

Se o PT nem mesmo é um dos alvos dos protestos, por que, afinal de contas, os petistas e petralhas odeiam tanto as manifestações e os manifestantes e dirigem, nas redes sociais, palavras violentas, de baixo calão até, contra aqueles que se mobilizam?

Não há outra resposta possível: diante de uma marcha contra a corrupção, eles se sentem discriminados, pessoalmente atingidos, ameaçados.
(...)

Ao se voltar contra os protestos, especialmente nas redes sociais - já que não têm nem coragem moral nem física para dar pinta da praça e combater gente decente cara a cara -, esses vadios revelam qual era o seu anseio, o seu horizonte utópico, o seu ideal.

Muita gente apostou que as convocações de ontem não dariam em nada.
Em Brasília, havia pelo menos 20 mil pessoas na praça, que se mobilizaram para aquele fim (não houve público-carona de qualquer outro evento).
Em São Paulo, Rio e Goiânia, mas de 2 mil manifestantes foram as ruas; centenas mandaram seu recado em muitas outras cidades.

Em décadas, essa é a primeira vez que UMA PARTE DO POVO DE VERDADE está saindo às ruas. Chamo de “povo de verdade” o indivíduo, o homem-célula, o cidadão-em-si-mesmo, o homem-sem-partido, o homem-sem-sindicato, o homem-sem-movimento-social, o homem-sem-ONG, o homem-sem-chefe-político, o homem-sem-cabresto-ideológico, o homem-sem-projeto-de-poder, o homem-sem-um-apedeuta-pra-chamar-de-seu.

As diretas-já e o impeachment de Collor foram importantes, sim, para o Brasil, mas tinham uma marca ideológica muito clara e obedeciam a comandos partidários.

É por isso que os petistas e seus porta-vozes ou amiguinhos na imprensa fazem pouco dos protestos.
Na verdade, eles os temem.
Essas pessoas que se manifestam refletem a boa consciência conservadora dos brasileiros.
E não me refiro necessariamente àquele conservadorismo ideológico; falo de um outro, de que o ideológico até pode ser uma expressão política: a maioria das pessoas é decente, direita e luta para ganhar a vida honestamente.

E isso, sem dúvida, embrulha o estômago dos urubus.
Os petistas e petralhas hostilizam as marchas contra a corrupção porque não suportam a idéia de que o povo possa fazer algo por si mesmo sem precisar pagar o caríssimo pedágio cobrado pelo PT - inclusive o pedágio institucional.

E não se enganem.
Os 30 mil nas ruas são muitos milhões operando em suas respectivas casas, em seu trabalho, nas escolas, na rede.

O PT vomita nos manifestantes porque está com medo. Como o urubu.

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