segunda-feira, 31 de outubro de 2011

TEXTO DEDICADO AOS JUSTOS DO MEU PAÍS

Texto sensacional de Edilene Amaral, no blog "OLHO DE MULHER".

Uma reflexão fascinante para bons entendedores.
Para os que desprezam o conhecimento, uma lição de sabedoria numa linguagem nem um pouco convencional, o padrão Domitila para quem a conhece em outros espaços.

Vejam trechos abaixo e a íntegra AQUI.


Era uma vez, tudo ia muito bem, até que eu "conheci " Platão.
E não gostei do cara, mas o meu professor estava pouco se lixando para eu sacodir o nome de um morto famoso nas grades das minhas críticas.
O que interessava ao meu professor não era o meu julgamento ao homem Platão, mas que eu demonstrasse ter aprendido com a sabedoria do sabidão grego...E infelizmente, se eu não demonstrasse o entendimento para a sistematização que Platão aprontou para a educação, estaria" FREUD ID EGO SUPER EGO IDA" na prova de Filosofia da Educação.

Não gostava de Platão, por que entendia que ele foi um separatista imediato.
Ele dizia que todo rei deveria ser filósofo, e todo filósofo deveria ser rei
.

Isto para a minha cabecinha, socialista e jacobina, era como ver um assessor bajulador nos apresentando um rei bem ranzinza ,com a cara de malvado, colocando os analfabetos no inferno da escravidão.
Odiei essa arrogância de Platão.
Dei ares de rabissaca às palavras dele.
Fugindo da importância de desossar a intenção do pensador, fui esbarrar nos bufetes que poderia dar no filósofo aristocrata, por isto pesquisei sua vidinha de cabo a rabo,e a rabo mesmo.
(...)

Parei de pesquisar, até os meus ossos já estavam com abuso dos ossos de Platão.
E tinha mais uma... Se até Sócrates gostou de Platão da Silva Sauro como danado eu venceria o maldito separatista?
Mesmo pausadas as pesquisas, a coisa esquentou o debate entre aluna e professor.
Perecotecos tecos tecos no bate e rebate on line, e tal e coisa e coisa e tal, até outro professor filósofo, Luciano, veio ser o mediador do spider fox film da UFPB : EDILENE X PLATÃO X LUIZ GONZAGA.
(...)

Na prova eu ia de acordo com as regras (e eu sou besta?), queria os meus pontos, marcava X a X , com "idolatria platônica" conseguia excelentes notas, mas sentia-me uma tremenda hipócrita, por que as normas dos acertos, nas provas que trazem questões do modelo marque o "certo" ou "errado," não nos permitem lançar as nossas opiniões.
Voltava prá casa com boa nota, mas bufando, por que era forçada a quase amar o separatista.
Os dias passaram, paguei minha cadeira com uma excelente média.
Fiquei super amiga do meu teacher, mas não livrei-me de Platão, ele estava atravessado na minha garganta.

Hoje entendo os motivos do filósofo grego, e reconheço que ele foi um gênio.
O que ele queria dizer era que a sabedoria tinha que ser organizada, sistematiza, e que deveria ser treinada para mais adiante ser utilizada.
Um governante precisa de sabedoria para fazer, com muito cuidado, uma cidade justa.


E a matemática? Ele queria pessoas preparadas para que todas as belas idéias do rei virassem a verdade, a construção.
Os matemáticos eram pessoas capacitadas para cuidar da vida continental e marítima do povo grego, cuidar da economia.
O meu professor nunca falou sobre essas coisas, por que ele sabia que nada em Filosofia está longe da atualidade, sabia que eu descobriria os porquês dos grandes pensadores, e descobriria sentindo na minha própria pele.

O importante trabalho da Filosofia é deixar que as dúvidas construam o potencial das investigações, e que as investigações sejam transformadas em realidades que desmentem a falsa oratória dos injustos ( friso meu).

A Filosofia não entrega ao cidadão algo que ele já possui.
Ela dá um sacode para que o camarada acorde e comece a fazer uso do seu potencial.

O que faz um rei sem conhecimento?
Uma cidade injusta.
O que é uma cidade injusta?
É uma terra de desigualdades, onde há miséria para o povo e riquezas para o rei e os seus "bons matemáticos".

O que faz um mau aplicador de pesos e medidas?
Trabalha com uma matemática favorável para si e para o rei, mas para o povo comete estragos violentos. Atira o dinheiro onde bem quer, sem medir o quanto deve aplicar e o quanto deve guardar.
(...)

As questões que nos atropelam não devem ser deixadas no baú do DANE-SE, pois, ao contrário do que se pensa, a fuga à realidade não é sinal de solução, não é sinal de sabedoria, não vai dar voz às melhoras.

Precisamos dos reis-filósofos.
E não que sejam filósofos que estudaram a Filosofia.
Falo dos reis que conhecem o povo e sabem resolver as necessidades do povo.
Falo dos reis que respeitam as leis e são atentos aos valores humanos.

Precisamos urgentemente de cidadãos matematicamente corretos.
Não falo apenas dos formados em matemática, mas dos que entendem que milhões de reais que foram para as mansões e fazendas do reinado do "beleléu", se tivessem sido aplicados de acordo com a lei, teriam feito cômodos institucionais, para que a dignidade da sociedade pudesse descansar, num contexto social organizado.
(...)

Para o justos do meu país, peço que como homens públicos os cidadãos façam uso da sabedoria de Platão, pois hoje sei que ele organizou a única coisa que nos tirará da pobreza: a educação que dá a melhor visão e que tem as soluções para qualquer que seja a causa.

Para os injustos, digo que ainda bem que aprenderam algo aqui no blog... Mas, os injustos não receberão sequer a esmola do meu olhar, porém, não será por isto que os seus ouvidos terão prazer com a riqueza do meu silêncio!

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