segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Para o PT, pobre só serve para obedecer e votar no partido

PT usa Polícia Legislativa como Polícia Política.
Ou: Como partido trata um sem-terra, um lavador de carros e um segurança quando eles não são obedientes ao partido

Por Reinaldo Azevedo

Desde o episódio do caseiro Francenildo, a gente sabe como o PT trata os humildes e os simples se eles estiverem do “lado errado” ou, eventualmente, não cumprirem os nobres propósitos da classe operária - que são aqueles decididos pelo partido, é claro.

Muito bem! O PPS ingressou hoje com uma representação na Corregedoria da Câmara para pedir que o órgão apure a denúncia de que o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), ordenou que a Polícia Legislativa inquirisse, ao arrepio da lei, um sem-terra, um lavador de carros e um segurança que denunciaram um esquema de compra de votos comandado pelo seu colega de partido, o deputado federal Roberto Policarpo (PT-DF).

Como assim?

A história está narrada em detalhes em reportagem de Hugo Marques na VEJA desta semana.


Francisco Manoel, o sem-terra; Edmilson Almeida Lopes, o lavador de carros, e Paulo Batista dos Santos, o vigilante, trabalharam nas eleições passadas como cabos eleitorais de Policarpo.
No dia da eleição, a Polícia Federal interceptou um ônibus dirigido por Francisco que conduzia 39 trabalhadores rurais para votar no petista, o que é contra a lei.
O sem-terra livrou a cara do deputado, inventou uma história e tal, mas a PF não acreditou e abriu inquérito mesmo assim.

Pois é. No mês passado, os três revelaram à reportagem de VEJA que Policarpo lhes pagara R$ 4 mil para que montassem o esquema do ônibus.

Se comprovada a denúncia, isso pode resultar em perda de mandato.
Deixaram claro que só estavam contando o que de fato havia ocorrido porque o deputado não arrumou alguns empregos que prometera e porque não lhes arranjara advogados para defendê-los na investigação.

O que fez o petista?
Acusou os três de chantagem.


Não recorreu ao Ministério Público ou à própria Polícia Federal.
Foi procurar a Polícia Legislativa - subordinada a seu amigão Marco Maia -, que teve o topete de, numa ilegalidade escancarada, interrogar os três na condição de “suspeitos”.

Com mais de 500 agentes, essa força tem a função de proteger o patrimônio do Congresso e garantir a segurança dos parlamentares. E só.
Mas já foi usada antes para fazer trabalho sujo.
Quando presidente da Câmara, o notório Renan Calheiros (PMDB-AL) a mobilizou para espionar alguns desafetos seus.

O episódio envolvendo o deputado Policarpo, sob o patrocínio do presidente da Câmara, é muito grave.
Trata-se de um caso clássico de abuso de autoridade, intimidação e desvio de função.

E os petistas evidenciam, mais uma vez, o tratamento que costumam dar ao povo quando ele não se comporta bem…
Lênin mandava passar fogo.
Policarpo e Maia adaptam aquelas mesmas ordens ao que é possível hoje em dia.

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