segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Investimentos em baixa já impactam economia

Por Mariana Carneiro, na Folha:

Os investimentos entraram num novo e mais baixo ritmo de crescimento.
A perda de fôlego aparece na construção civil e também na fabricação doméstica de máquinas e equipamentos, o que se reflete no resultado da economia.

O novo cenário entrou nas previsões do governo no fim de setembro.
No mais recente relatório de inflação, o Banco Central reviu a expansão dos investimentos neste ano de 6,4% para 5,6%.
Sob este cenário, a taxa de investimento do país fechará o ano praticamente sem sair do lugar em relação ao ano passado.
Vai de 18,4% do PIB (Produto Interno Bruto, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) para 18,7%.

A taxa indica quanto do que é produzido hoje está sendo reinvestido para impulsionar o crescimento no futuro.
“[A taxa de investimento] não subir neste ano representa uma queda”, afirma o economista David Kupfer, da UFRJ.

Embora ainda não tenha fechado a estimativa para os investimentos no terceiro trimestre, o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, estima que o resultado deverá ser “muito fraco, talvez ligeiramente negativo”.
E, diz, o mesmo pode se repetir no quarto trimestre.

Na construção civil, o desânimo é evidente.
O Minha Casa, Minha Vida 2 está atrasado.
O governo federal levou sete meses para definir os novos valores que pagará aos construtores pelos imóveis, o que só foi acertado semana passada.
Segundo informações do setor, a construção de cerca de 90 mil unidades esperava definição.
Depois dessa etapa, ainda leva-se alguns meses para dar partida a essas obras.
Além disso, os lançamentos de edifícios residenciais recuam desde maio em São Paulo e no Rio.

“No ano passado, faltava equipamento, material, o setor estava extremamente aquecido.
Neste ano, a escassez de recursos arrefeceu”
, comprova o presidente da comissão de materiais e equipamentos da CBIC, Sarkis Curi.

Pesquisa feita em agosto pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) com empresários do setor mostra que a expectativa sobre negócios atingiu o mais baixo patamar desde janeiro de 2010.

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