domingo, 15 de janeiro de 2012

Ação na cracolândia já pauta debate eleitoral em São Paulo

Lucas de Abreu Maia e Bruno Boghossian, de O Estado de S.Paulo

A tentativa coordenada do governo e da Prefeitura de São Paulo de colocar um fim à cracolândia lançou o combate ao crack como primeiro tema da campanha eleitoral na capital paulista. A mudança relega a segundo plano assuntos que costumam pautar a disputa, como transportes e habitação. Desde já, o PT usa os episódios de violência policial para classificar a ação como “mal planejada”, enquanto tucanos e kassabistas apostam no sucesso da operação para usá-la como bandeira política.
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Causa preocupação no partido a gafe cometida por Haddad ao condenar a ação policial na USP, em novembro, quando afirmou que “não se pode tratar a USP como se fosse a cracolândia”.

Nas semanas seguintes, o ministro disse que não se arrependia da comparação, mas criticou também a falta de atenção aos usuários da droga.
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Timidamente, os tucanos criticam também a falta de patrulhamento nas fronteiras - responsabilidade do governo federal do PT -, que permitiria a entrada de drogas no País.

Na campanha presidencial de 2010, o então candidato do PSDB, José Serra, afirmou que o problema seria resolvido “se o governo não fizesse corpo mole”.

Otimista, a cúpula do PSD de Kassab acredita que a região da cracolândia estará livre das drogas antes do início da campanha e acredita que o prefeito será o principal beneficiado pela operação, caso tenha sucesso.

“O tema do crack vai entrar na campanha e ponto final”, diz o marqueteiro Nelson Biondi.

Na sua avaliação, o eleitor se importará mais com a sensação de que algo está sendo feito na cracolândia do que com questões como a violência policial.

“Mesmo se der errado, o Kassab e o PSDB terão discurso: ‘nós fizemos o que era possível. Quem tiver ideia melhor que a apresente’.”

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