sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

"ORÇAMENTO NO REINO DO "FAZ DE CONTA"


A União vai cortar R$ 55 bilhões do Orçamento. Mais do que no ano passado, quando foram negados à população um retorno de 50 BILHÕES em serviços.
Para o mercado, o importante é que a tesoura poupa investimentos para que sobre dinheiro ao Tesouro a fim de garantir o pagamento dos juros da dívida.

Aplausos ao PT e seu Superavit Primário, mesmo que isso custe muitas vidas, pois os números mostram que dez por cento foi o corte da área de saúde. Sem contar outros setores fundamentais para o bem estar da população e que também foram atingidos pela tesourada.

Qualquer cidadão com o mínimo conhecimento sobre orçamento doméstico, até mesmo a funcionária responsável pelas despesas de supermercado dos patrões, pode perceber que há erros de cálculos e de prioridades nas contas do governo do PT.

Além dos cortes anunciados, que em nenhum momento sugerem o desinchaço da máquina, lotada de petistas pendurados nos cargos e muito bem pagos por quem trabalha e entrega praticamente a metade do que recebe aos cofres do governo, o jornal "O Globo" informa que o corte no pagamento de R$ 7,7 bilhões de benefícios previdenciários causou estranheza entre os técnicos da Comissão de Orçamento do Congresso e parlamentares.

Estranho porque foi a própria equipe econômica quem recomendou ao relator do Orçamento, Arlindo Chinaglia, que aumentasse a despesa com os benefícios em quase R$ 7 bilhões.
Ainda segundo o jornal, os técnicos tiveram dificuldade de identificar os aumentos, não encontraram despesas que justificassem essa recomendação.
Suspeitaram que seria uma manobra para inflar despesas, e depois reduzi-las, como realmente aconteceu.
Portanto, nesse caso, não está sendo cortada despesa alguma, apenas números fictícios.

É como se a dona de casa gastasse um valor "xis" no mercado, mas registrasse muito mais nas suas anotações. Se resolvesse economizar, cortaria apenas esse valor escrito no papel, sem diminuir despesas reais.
Resultado, não estaria fazendo economia alguma, apenas se enganando.


Outra agressão à verdade e aos fundamentos da Democracia foi a ação do governo de promover ajustes no orçamento apenas dois meses após o mesmo ter sido aprovado no Congresso. Confirma o que a oposição diz, o Orçamento da União é uma peça de ficção, pois é modificado pelo governo tão logo o ano fiscal se inicia.

O mais grave é a humilhação imposta ao Congresso, praticamente imobilizados e dominados pelo Poder Executivo.
A Democracia implica no equilíbrio entre os Poderes, cada qual com sua própria fonte de legitimidade e independência. Mas no Brasil tem prevalecido a agenda da Presidência da República, mesmo que os protestos recentes tivessem os congressistas como alvo.

Refiro-me às marchas que se equivocaram no foco e fortaleceram mais ainda quem patrocina os desmandos e a corrupção.
Mas isso é tema para outro texto.
Por enquanto, o importante é ter ciência que o contingenciamento afeta em cheio os municípios, portanto, seus moradores, e deve atingir os compromissos assumidos pelos prefeitos que contavam com essas verbas para atender às necessidades da população.

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