terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

VALE TUDO PARA ENGANAR O ELEITOR

O movimento de aproximação feito pelo prefeito Gilberto Kassab em direção ao PT, por ora suspenso enquanto o ex-governador José Serra (PSDB) decide se entra na campanha eleitoral, deflagrou um embate entre setores petistas e o grupo que hoje circunda o ex-presidente Lula . Em jogo ainda latente está a disputa pelo controle dos rumos que deve tomar a pré-candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo.

Oficialmente, quem decide o destino do barco haddadista é o conselho político da pré-candidatura, que conta com 27 integrantes e tem feito reuniões mensais para avaliar cenários e delinear estratégias. Na prática, porém, uma batalha surda vem sendo travada entre o grupo petista favorável e o contrário à aliança. O grupo que quer o acordo com o PSD de Kassab, e que até o recuo do prefeito contava cada vez mais com ele na chapa, já revê a estratégia que tinha em mente para desorganizar o campo tucano, mas também atrair os setores médios e conservadores que tradicionalmente rejeitam o PT na capital.

De orientação mais pragmática, os petistas kassabistas avaliam que, sem o prefeito, a campanha terá de montar uma agenda específica voltada para a atração do empresariado e de grupos religiosos.

O PT pró-Kassab está temeroso de que a entrada de Serra unirá na órbita tucana parte importante dos grupos econômicos em disputa, além dos líderes evangélicos com mais capacidade de mobilização de eleitores. Nos bastidores, esse grupo classifica como “ingênuos” os setores petistas contrários ao alinhamento com Kassab e avalia que o PT que torce o nariz para o prefeito “não tem ideia” da força dos setores conservadores que vão se mobilizar na disputa.

De outro lado, os segmentos petistas que esperam com cada dia mais vigor que Serra entre na disputa para que leve Kassab junto com ele – a órbita haddadista na ponta de lança – viu com espanto a aproximação do prefeito e torce para que ele se distancie definitivamente. Integrantes desse time lembram que a tese de revisão da estratégia ora defendida pela cúpula petista – a órbita lulista à frente – foi derrotada em reunião do conselho político.

Esse grupo analisa que a entrada de Kassab na chapa tira não apenas de Haddad o discurso de oposição, mas de todos os candidatos a vereador. O grupo antikassab avalia que uma derrota de Serra seria mais acachapante para os tucanos e comprometeria o projeto do governador Alckmin para 2014 do que a derrota de um dos quatro pré-candidatos que estão hoje colocados na disputa – Andrea Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e Ricardo Trípoli. (Estadão)

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