quinta-feira, 27 de setembro de 2012

"GOLPE" NÃO É COMBATER O CRIME, MAS, SIM, O PRÓPRIO CRIME


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Li, tempos atrás, matéria de Merval Pereira ("O Globo") comentando a entrevista que Marcio Thomaz Bastos deu a Mônica Bergamo e ao cientista político Antonio Lavareda, em que teria defendido prática que considera algo equivalente ao mensalão.

De acordo com Merval, o ex-ministro de Lula fez a seguinte afirmação:

"_Vamos chegar a um ponto em que a democracia, por sua própria prática, vai resolver isso. Lembremos que, no início do século passado, na Câmara dos Comuns, no Reino Unido, havia um guichê onde os parlamentares recebiam o dinheiro, uma espécie de mensalão da época. O que não impediu que a Inglaterra se tornasse um país altamente democratizado. Isso dá a esperança de que, pela reiteração dos usos, possamos encontrar isso, um outro patamar de regime democrático". 

A declaração veio do ex-ministro da Justiça, que ocupava o cargo quando a prática escandalosa foi tornada pública. Não lembro se havia algum esclarecimento ou se, no caso do Reino Unido, poderia se tratar da tal emenda parlamentar, que deveria ser impositiva, e não usada como moeda de troca como acontece no Brasil.

Especialistas ouvidos pelo jornal "O Globo" consideraram a fala de MTB, assim como as investidas desesperadas de Lula contra juízes e contra a imprensa, como uma tentativa de banalizar o mensalão, para tirar o foco e minimizar sua importância.

A mais recente ação que evidencia o desespero dos petistas é um manifesto da militância ligada ao meio artístico para pressionar os ministros do STF.
Apresentam mais uma versão sobre o fato e tentam influenciar também a opinião pública, contando com a falta de memória dos brasileiros que já devem ter esquecido a confissão de Lula.

Assistam Lula pedindo desculpa pelo Mensalão:



O relator, Joaquim Barbosa, e revisor, Ricardo Lewandowski, discutiram nesta quarta-feira.
Mas, contrariando as expectativas dos mensaleiros, a população está atenta na atuação de cada ministro do Supremo e está aprovando o rigor do relator na aplicação da Lei, o que o PT considera "golpe" e está irritando o partido. Chega a ser ridícula a critica ao apoio popular a Joaquim Barbosa, o que chamam de "endeusamento" de ministros do STF.

Para fundamentar a opinião dos que renovam suas esperanças no fim da impunidade e para alertar aos que perigam cair nas teias dos que defendem os mensaleiros, trago uma nota da jornalista Dora Kramer sobre "Inversão de Valor":

A pormenorizada apresentação dos votos de cada um dos ministros do STF - em especial por vezes exaustivas manifestações do relator e do revisor - atendem às exigências dos que cobram para o mensalão um julgamento "técnico".
São os mesmos que acusam o tribunal de estar sendo "político". Inconformados com o fato de os oito ministros indicados no governo do PT não terem sido políticos o bastante para atender às conveniências do partido.

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