domingo, 11 de maio de 2014

MTST ‘importa’ sem-teto para ocupar terreno em Itaquera

METRO



Foram precisos apenas três dias para que 1,5 mil barracos (cerca de 5 mil pessoas) feitos de bambu e lona, fossem erguidos em um terreno particular de 150 mil metros quadrados, na zona leste. A área, que fica em frente parque do Carmo, foi ocupada no sábado por cerca de 300 famílias ligadas ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).

Embora membros do movimento afirmem que a invasão foi feita por moradores da zona leste, líderes do movimento disseram à reportagem do Metro Jornal que, na verdade, os 15 ônibus usados na ação trouxeram famílias de outras sete ocupações. Sete ônibus vieram da comunidade Nova Palestina, na zona sul, considerada a maior ocupação do movimento no Estado.

Só após a chegada dessas famílias, os membros do movimento saíram com carros de som pelas comunidades carentes da zona leste para “alistar” novos membros para a ocupação.

A nova invasão, batizada de “Copa do Povo” foi realizada para pressionar os vereadores a incluírem o terreno em frente ao parque do Carmo na lista de Zeis (Zona Especial de Interesse Social) do Plano Diretor.

De acordo com Gildásio Souza, um dos coordenadores do MTST, o planejamento dessas ocupações é o maior “trunfo” do movimento. “Todos os detalhes dessa operação já estavam decididos na segunda-feira. Não precisamos de mais do que cinco ou seis reuniões e tudo já estava planejado”.

Todas as famílias que montaram suas barracas no acampamento, recebem alimentação do MTST e água potável, que foi liberada pela Sabesp no final de semana. O movimento tem um grupo encarregado de mapear terrenos onde podem ser feitas novas ocupações.

A estratégia

O fato de as invasões acontecerem durante a madrugada de sábado não é coincidência. O dia é escolhido porque os Fóruns do Estado estão fechados, impedindo a concessão de liminares para retirá-los do local. Isso porque o flagrante da invasão só é configurado até 72 horas após a ocupação.
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SP não pode intervir porque área é particular

A Secretaria Municipal de Habitação informa que não pode intervir no local, já que o terreno é particular. Segundo a Pasta, mais de 130 mil famílias da capital cadastradas, à espera de uma moradia. O cadastro pode ser feito a qualquer momento por qualquer família.
Ontem, pela manhã, o prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou que “é possível” transferir a área invadida pelo MTST para a prefeitura construir habitação popular.
”Eu pedi para os técnicos da prefeitura apurarem a situação fiscal, quem é o proprietário, se deve para a prefeitura, se área é passível para a construção de moradia. Caso sim, faremos o possível”, disse o prefeito durante coletiva.

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