terça-feira, 7 de outubro de 2014

"NÃO SOU CONDUZIDO, CONDUZO"

NOSSO VOTO PODE AJUDAR A MELHORAR A VIDA DESSAS PESSOAS, MESMO QUE VOTEM NO PT PORQUE SE TORNARAM REFÉNS DO PARTIDO E DE SUAS AMEÇAS.

Os resultados das eleições refletem os diferentes graus de independência e consciência se compararmos as regiões mais desenvolvidas e os grotões de miséria. Essa discrepância é visível quando se vê o que acontece em São Paulo, estado combatido e odiado pelos petistas, mesmo que seja aqui seu berço político e onde há o maior empenho para tentar chegar ao poder.


No Estado de São Paulo, o PT levou uma sova de 644 a 1!!! Aécio venceu Dilma em 565 de 645 cidades. Nunca antes antes na história “destepaiz”!

Vamos reescrever Caetano Veloso para deixá-lo irritadinho. São Paulo vê e não vê quem desce ou sobe a rampa, aquela lá, do Planalto Central do Brasil. Como não depende muito da boa vontade de estranhos, não cede com facilidade à chantagem. Não é bolinho, não! O Estado tem 645 municípios: o governador Geraldo Alckmin venceu a disputa para o governo em, atenção!, 644! Só Hortolândia ficou de fora. Mas por muito pouco: 35.809 votos para Alexandre Padilha contra 32.354 para o tucano. Hortolândia é uma das 67 cidades administradas no Estado pelo PT. Alckmin ganhou em 66.
Mas não foi só isso. O presidenciável tucano Aécio Neves venceu a petista Dilma Rousseff em 565 dos 645 municípios — um total de 88%. Isso significa que tanto o presidenciável como o governador bateram o partido na cidade de Guarulhos, administrada pelo PT há 14 anos; na mitológica São Bernardo de Lula, que está na segunda gestão petista, de Luiz Marinho, o coordenador da campanha de Dilma em São Paulo, e na Osasco do presidente do PT paulista, Emídio de Souza.
Na Folha de S.Paulo, leio a seguinte explicação dada Joao Paulo Rillo, líder do PT na Assembleia: “Não temos conseguido fazer o debate com o eleitor paulista sobre os avanços dos governos do PT. O antipetismo se relevou muito forte”. Mas espere aí: esse antipetismo, então, deve ter um motivo, não é mesmo?
Acho impressionante que os petistas tenham tentando, no Estado, faturar com a crise da água, faturar com a crise dos transportes, faturar com a greve do metrô — ocorrências, enfim, que criam dificuldades para a vida dos paulistas — e achem estranho que a população tenha rejeitado a sua abordagem. Mais: indivíduos — e estamos falando da larga maioria — que não dependem da boa vontade do poder público para garantir o próprio sustento e que não estão oprimidos pela pobreza ou pela miséria tendem a rejeitar essa espécie de tutoria que o partido busca exercer sobre suas vidas.
E, de resto, há a experiência propriamente com o jeito petista de fazer as coisas. O partido acreditar que o morador da cidade de São Paulo — o paulistano — caminha para aplaudir a gestão de Fernando Haddad, o maníaco da bicicleta, chega a ser um sinal de alienação da realidade.
Não é que São Paulo seja congenitamente antipetista, senhor Rillo. É que o petismo acaba sendo congenitamente antipaulista porque gosta de exercer a tutela sobre os cidadãos. E o lema do brasão da cidade de São Paulo expressa não só o espírito paulistano, mas também o paulista: “Non ducor, duco”. Não sou conduzido, conduzo.
Se o PT não entender isso, na próxima eleição, não vai perder por 644 a 1, mas por 645 a zero.
Por Reinaldo Azevedo

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