sábado, 18 de agosto de 2012

BRASIL PÓS-FICÇÃO

Tudo é questão de tempo.
Essa é uma palavra mágica, pois o tempo de Deus é diferente no mundo dos humanos.
Para quem não crê, por favor, analise minhas palavras antes de julgar sem fundamento.

Se algum petista tivesse sido eleito antes de Fernando Henrique, o Brasil já estaria arruinado, sem chance de se reerguer.
Sim, porque se tivéssemos a inflação galopante aliada aos problemas de crise internacional e estagnação da economia mundial, como ocorreu nos anos noventa, com uma oposição truculenta e determinada a “destruir o governo”, então sob o comando de Luiz Inácio, dificilmente o país teria resistido. Provavelmente também não teria se recuperado do jeito que se sucedeu com a ação de grandes nomes que contribuíram para a estabilização de nossa economia e a consolidação do Plano Real.

Mesmo com todas as evidências, o eleitor cedeu ao jogo sujo que apagou da memória do brasileiro todas as conquistas alcançadas até então (vejam que cerca de CINCO MILHÕES de famílias já recebiam o benefício do programa Bolsa-Escola, por exemplo, mas esqueceram disso).
O marqueteiro da campanha do PT também desconstruiu o trabalho e a imagem de quem foi considerado o melhor Ministro do mundo, reconhecido pela ONU, o então candidato José Serra, e, em 2002 o eleitor resolveu partir para a aventura de eleger alguém que jamais havia vencido uma eleição majoritária.

Para compensar a decisão desastrada, parece que Deus teve piedade de nós e, numa virada espetacular, estabeleceu-se no mundo uma onda de desenvolvimento que carregou o Brasil no colo. Estivemos esses anos sempre na lanterna, mesmo assim sentimos algum efeito positivo dessa onda de crescimento na economia mundial.

É algo parecido com aquele texto “Pegadas na areia”. Pois, no momento em que o país ficou abandonado à própria sorte, resultado de uma brincadeira nas urnas, somente um milagre poderia justificar como que o Brasil conseguiu andar sozinho. 

Na verdade, o empreendorismo de setores como o agronegócio e a índole do brasileiro que gasta tudo o que tem e o que não pode, agravada com o estímulo ao consumo irresponsável,  foram fundamentais para compensar a ausência de governo.
Pois é, no momento em que o presidente eleito declarou “não preciso fazer nada porque o povo me ama” - apenas montou uma equipe para dar continuidade aos programas do governo anterior e convidou um tucano para presidir o Banco Central - "Deus carregou o brasileiro no colo" para que não fosse vítima da IDEOLOGIA ULTRAPASSADA do partido que está no comando do país há uma década.

Eis que temos uma reviravolta que escancara a realidade do Brasil. Condenado ao atraso com um dos piores ÍNDICES de desenvolvimento humano do planeta, o que é muito mais grave que os números do mercado financeiro alardeados pelo governo, temos que correr atrás do prejuízo.
 
 
A última edição da revista britânica “Economist” lembra que chegou ao fim o período de bonança do país, quando tivemos um estrondoso aumento da arrecadação, o que possibilitava mais contratações no setor público e correções salariais.

Em meio ao atual quadro de desaceleração da economia, diz a “Economist”, Dilma se viu confrontada pela paralisação dos servidores públicos, que estão em greve há três meses. Da Polícia Federal a agências estratégicas, a paralisação reúne cerca de 300 mil servidores, quase metade da força de trabalho do setor público federal.

A situação piora ainda mais se o brasileiro começar a perceber que nada foi feito nos últimos dez anos para manter a sustentabilidade de nossa economia.

O ex-presidente Lula, e agora Dilma, têm agido como a cigarra que torrou tudo o que arrecadou no período de fartura. Jogaram por terra todas as conquistas herdadas de governos anteriores que, como a formiga da fábula, haviam construído um patrimônio admirável, mesmo passando por momentos de turbulências na economia mundial.

Esse  legado, combatido ferozmente pelo PT quando era oposição, acabou por ser destruído em seu governo.

Os presidentes petistas fizeram aumentar o custo Brasil, com o inchaço da máquina para acomodar milhares de companheiros nas estatais, nas agências reguladoras e na própria estrutura do governo.
Esse custo se multiplica, como afirma a revista, com a falta de investimentos que prejudica os empresários e se veem confrontados por “estradas em péssimas condições, alto custo de energia, taxas e impostos, leis trabalhistas arcaicas e uma burocracia bizantina”.
Relatório divulgado pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), a partir de dados do World Economic Forum, aponta que a malha rodoviária brasileira está entre os 30 piores do mundo, considerados 142 países; no caso das ferrovias, figuramos entre os 50 piores do planeta.

Temos mais um ingrediente indigesto para a saúde dos empreendimentos, a corrupção que "corrói" nosso dinheiro, que é desviado dos cofres públicos e deixa de ser aplicado para atender seus pagadores, a população, para abastecer campanhas políticas e também o bolso dos corruptos. 

Segundo a “Economist”, qualquer medida para reverter esse estrago só terá resultados a longo prazo. E a revista lembra que o gasto federal em infraestrutura, desconsiderando habitação, é de apenas 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Dilma tenta reverter a pauta, lançando mais um pacote que inclui rodovias e ferrovias a serem financiadas com dinheiro público com juros negativos, a fim de alavancar a economia e destravar os gargalos que emperram o setor produtivo em geral e a competitividade de nossas exportações. Se empacar, como tem acontecido com todas as obras do PAC, será mais uma oportunidade perdida.

E não adianta apenas reclamar, a única esperança é tentar despertar a consciência do eleitor para que entenda que nossas mazelas são resultado de nossos erros, principalmente do voto equivocado que contribui para eleger os piores quadros de nossa política. 

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