quinta-feira, 9 de agosto de 2012

No momento em que Lula entra na campanha, Haddad parte para a baixaria contra Serra

Por Reinaldo Azevedo

Eis aí do que são capazes. Trata-se de uma tática. O vídeo é posto no ar para que seja depois divulgado pela rede suja e pelos patrulheiros da Internet. Chamo o candidato petista de Gugu-Dadá numa referência a seu arzinho cúti-cúti, carinha de bom menino, do tipo que brinca sem sujar o shortinho. Mas ele é capaz de barbaridades — e não só teóricas.

Em agosto de 2011, criticando a reação dos inconformados com o livro do “nós pega os peixe”, ele fez este estupefaciente comentário:
“Há uma diferença entre o Hitler e o Stálin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stálin lia os livros antes de fuzilá-los. Essa é a grande diferença. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler”.

Está tudo dito aí. Fuzilar depois de ler é moralmente superior a fuzilar antes de ler, entenderam? Fuzilar depois de ler é uma “evolução”. Sem contar que resta a sugestão de que, se leu, pode ter fuzilado por bons motivos.

João Santana, responsável pela campanha, não teve dúvida em pôr a propaganda no ar. Já mergulhou no esgoto antes. Por que não o faria agora? Foi dele a ideia de perguntar no ar, na campanha de Marta em 2008, se o prefeito Gilberto Kassab era casado e tinha filhos. Imaginem qualquer campanha similar nesse sentido feita por Serra, satanizando o petismo. A imprensa paulistana, majoritariamente “haddadiana”, não abandonaria mais o assunto.

Entendam: a moral petista é a da necessidade. O partido precisa sair do atoleiro eleitoral em que está? Precisa! O que eles topam fazer para isso? Qualquer coisa! Não estão de braços dados com Maluf? O vídeo será agora reproduzido pela Al Qaeda eletrônica.

Haddad, claro, vai dizer que não sabia de nada, que o material entrou sem o seu conhecimento. Assim como desconhecia os vídeos do kit gay que, sob o pretexto de combater o preconceito, fazia proselitismo. Esse rapaz, que nunca sabe de nada, pretende ser o novo norte moral de São Paulo. Estamos vendo.

E não há como ignorar: isso ocorre no momento em que Lula, na prática, toma as rédeas da campanha. 
“Lula seria capaz disso?” Em três letras e um ponto: sim!

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