segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O lado B do emprego no Brasil

Há tempos que me preocupo com a informação tendenciosa que funciona visivelmente como instrumento de propaganda do governo do PT. Tenho publicado algumas matérias que tratam do assunto, com destaque especial para um texto que contesta os números divulgados pela midia de maneira bem clara.

Matéria de O Globo de hoje alerta que há pelo menos 32 cidades brasileiras com taxas de desocupação acima de 20%, é o que apontam os dados do Censo 2010. Mais da metade dessas cidades está no Nordeste.

São os brasileiros invisíveis, ignorados pelo poder que financia os veículos de comunicação com o dinheiro de nossos impostos, aplicando em propaganda o que deveria ser investido em setores essenciais como saúde e educação, portanto, pauta boa parte do jornalismo comprometido com o Estado patrão.
Confiram:

Gerson de Freitas, 35, analfabeto com 5 filhos desistiu de procurar trabalho: "Sou feito um menino de abelha, caçando mel pelas matas"
Foto: Agência O Globo / Foto: Hans von Manteuffel
Gerson de Freitas, 35, analfabeto com 5 filhos desistiu de procurar trabalho:
"Sou feito um menino de abelha, caçando mel pelas matas"
Agência O Globo / Foto: Hans von Manteuffel

— O mercado de trabalho no Sul é mais organizado, num reflexo do desenvolvimento econômico dos seus estados — resumiu João Saboia, professor do Instituto de Economia da UFRJ.

Campo Alegre do Fidalgo, no interior do Piauí, ostenta a pior taxa de desemprego do país, de 41,82%, de acordo com o último Censo.

Na pequena cidade, moram cerca de 4.600 pessoas, boa parte vivendo na zona rural. A lista dos municípios com elevada desocupação passa ainda por outros estados do Nordeste e Norte do país. Pernambuco contribui com três nomes, sendo que o pior cenário aparece em Araçoiaba, a 60 quilômetros de Recife. Lá, a desocupação atinge taxa de 23%.
Em Araçoiaba, oferta de trabalho é coisa rara na cidade, onde só há um grande empregador: a prefeitura. O município, que é dono do pior Índice de Desenvolvimento Humano da Região Metropolitana, não tem uma só indústria. Seus 21 mil habitantes vivem do pequeno comércio (cerca de 60 lojas) e da agricultura de subsistência.
(...)

Ex-morador de favela, Gerson de Freitas, de 35 anos, mora há dois anos em uma casa de alvenaria, cedida pelo poder público e construída em um terreno doado por uma usina. Ele tem cinco filhos e a mulher está doente. Analfabeto, nunca teve carteira assinada e até já desistiu de procurar emprego:

— Tem dia que trabalho como moto-táxi com uma moto emprestada por um amigo. Em outros, preparo lambedor (xarope para tosse) para vender em casa. Mas, para fazer o lambedor, fico feito o menino da abelha, tenho que ir para a mata procurar mel — disse Freitas, acrescentando que a carteira profissional nunca teve serventia. — É tão velha que até a foto já se apagou. Mas não tem nada de emprego escrito.
(...)

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