segunda-feira, 15 de outubro de 2012

MENSALÃO POR OUTROS MEIOS



Na nova fase do julgamento do Mensalão, que começa hoje, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirão se os réus praticaram os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro para custear parte da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2002.

Desafiando ou fazendo pouco caso da decisão do Judiciário, coluna do Cláudio Humberto informa que Dilma eleva gastos nas campanhas para beneficiar seus candidatos.

Durante os quatro meses das campanhas municipais, de junho a setembro, o governo federal gastou R$ 14,5 milhões com cartões corporativos, R$, 3,5 milhões a mais que os cinco primeiros meses de 2012. Total do ano: R$ 25,5 milhões. 

Entretanto, o que era até então inimaginável começa a acontecer, lideranças importantes de grandes partidos estão sendo condenadas na Justiça, entre outros motivos, por compra de votos.
Mas não tem como discordar da afirmação de Reinaldo Azevedo, os esquemas continuam desafiando a Lei e a reunião de Dilma com Lula em São Paulo para tratar de mensalão e da campanha de Haddad, em horário de serviço e usando o dinheiro do contribuinte, é o mensalão por outros meios.

O deslocamento do presidente da República de um estado para outro custa muitos milhares de reais a mais do que a Presidência já consome normalmente. Pois bem! Dilma Rousseff se deslocou para São Paulo, com todo o séquito.(...) A chefe do Executivo veio se encontrar com o antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que, salvo engano, não exerce mais cargo nenhum no país. Ficaram fechados por longas quatro horas no escritório da Presidência na capital paulista. Participaram da reunião os ministros Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência), além de Marco Aurélio Garcia, assessor especial.
(...)
Dilma deixou seus afazeres de presidente para cuidar da disputa eleitoral na cidade. Isso dá uma medida da importância que tem para o PT — e para o Apedeuta em particular — a eventual eleição de Fernando Haddad, especialmente depois que Recife derrotou o Babalorixá de Banânia, e Belo Horizonte, a própria presidente da República.
Bastaram dois anos e uma eleição para que Dilma demonstrasse que, se preciso, perde a linha sem medo de ser feliz. Já nomeou uma ministra de Estado (Marta Suplicy, da Cultura) para estimulá-la a ingressar na campanha de Haddad. Agora, Gabriel Chalita já recebeu a promessa de um assento na Esplanada dos Ministérios para fechar acordo com o candidato petista à Prefeitura.
Como se vê, trata-se do uso escancarado da máquina pública em favor do candidato do partido.
(...)
Ora, o que foi o mensalão? O emprego de recursos públicos, por meio de uma engenharia criminosa, para tornar irrelevante a própria democracia. Tratou-se de um processo de privatização do estado em benefício de um partido e de um projeto de poder. 
Pois bem: quando Dilma nomeia uma ministra de Estado e promete nomear outro para tentar eleger seu candidato, faz o quê? 

Quando recebe em gabinete oficial — e o escritório da Presidência em São Paulo é… a Presidência! — um grupo para tratar de assunto exclusivamente partidário, faz o quê? 

Quando mobiliza para tanto a máquina que garante o seu deslocamento, faz o quê?
Respondo: privatiza recursos públicos em favor de um candidato! 
Isso, minhas caras, meus caros, é só o espírito do mensalão se manifestando por outros meios. 
E o julgamento no Supremo ainda nem acabou. Não tem jeito. São quem são e têm uma natureza. E é da natureza dessa gente não aprender nada nem esquecer nada.

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