quinta-feira, 5 de março de 2015

TUDO PODERIA TER SIDO DIFERENTE


Dá pra comparar? Com as derrotas de José Serra em 2002 e em 2010, quem perdeu fomos nós, os brasileiros. Quem perdeu foi o Brasil.



Por Marina Haubert, na Folha:

O senador José Serra (PSDB-SP) focou seu primeiro discurso no Senado em uma avaliação crítica da atual situação econômica do país em decorrência dos governos do PT. Para o tucano, o país enfrenta a pior crise financeira. “Estamos diante de uma crise econômica de grande tamanho. Não me lembro de uma crise tão acentuada e tão difícil quanto esta na economia brasileira. Incluam aí os anos do João Goulart, os anos do Collor, quando aquele governo recebeu a herança de 90% ao mês de inflação, fez o Plano Collor, etc. A meu ver, a situação hoje é mais difícil. Tem menos raio de manobra pela frente do que tinha nessas oportunidades”, afirmou da tribuna do plenário do Senado.

Segundo sua avaliação, o país viveu um excelente período econômico no início dos anos 2000 mas a partir do segundo mandato do ex-presidente Lula, a situação começou a piorar. “Na verdade, um pouco antes, da segunda metade da década passada. Foi nessa oportunidade que, de alguma maneira, se pôs o ovo da serpente da nossa crise. E olhem que a economia brasileira, na década passada, enfrentou ou desfrutou de uma situação de bonança externa como não houve no século XX inteiro”, ressaltou.

O tucano criticou a política de juros elevados adota por Lula durante a crise econômica internacional, o que, para ele, levou o país à desindustrialização. “O governo Lula cometeu a façanha de fazer uma política de juros em elevação, apesar da abundância de dinheiro externo. Em geral, o governo procura subir juros quando tem escassez de divisas e precisa atrair dinheiro”, disse. “O Brasil se desindustrializou sob o ímpeto dessa política, paradoxalmente, comandada, não digo nem que conscientemente, por um ex-operário industrial, que comandou a desindustrialização brasileira”, emendou.

Serra, que disputou a presidência da República por duas vezes, em 2002 e 2010, classificou o governo Dilma como “fraco”, sem capacidade para “antecipar os acontecimentos” e que teve uma “colher de chá da oposição” que foi pouco “veemente”.
(…)

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