terça-feira, 13 de março de 2012

JANELA-DE-OVERTON (saiba quando um pensamento é realmente seu)

"Jesus expulsa da Igreja os que usavam a religião para explorar os pobres. Esta ira é santa!"

Padre Joãozinho, no twitter


(Como seria bom se todos orientassem seus fieis sobre essa ira santa! É dolorido ver tanta exploração da miséria pelo poder. Infelizmente, muitos aplaudem e "idolatram" quem faz isso.)


Enquanto isso, o “Plano Nacional-Socialista de Direitos Humanos”, o mais duro golpe contra a democracia, está em ação e muitos envolvidos fingem ignorar (ou fingem que são contra, mas na verdade querem isso mesmo).
Como disse Reinaldo Azevedo, a "Comissão da Morte está com a foice na mão".
Prestem atenção ao video e saibam quem pode ser vítima da arma dos radicais que jamais desistirão de impor suas ideias.



Na questão do aborto, é evidente que sua legalização está em curso. Porém, vejo apenas alguns blogs no combate solitário na defesa da vida, mas não tenho presenciado a indignação necessária sobre o assunto nem tenho conhecimento de alguma movimentação ou intenção de reagir ao avanço desse projeto defendido pelo PT.

Do jeito que está sendo apresentada, a proposta tende a se tornar um amplo programa de extermínio, substitui-se as filas nos campos de concentração pelas filas no SUS, e a população sempre foi majoritariamente contra isso.
Dados recentes mostram que as opiniões contrárias já foram reduzidas a 71%.
Como sempre digo, eles recuam um passo quando alguém se manifesta, mas em seguida avançam dois, até que mais pessoas comecem a se acostumar com a ideia. Logo contarão com o apoio da metade dos brasileiros, pois a propaganda tem um efeito devastador, até que se tornem maioria.

Reinaldo Azevedo mais uma vez traz importante matéria sobre manipulação da opinião pública.

Destaco trechos abaixo e a íntegra está AQUI.


Se vocês entrarem na Internet para pesquisar o que é “Janela de Overton”, encontrarão duas referências principais: uma delas diz respeito a um conceito de manipulação — ou, se quiserem, de “operação” — da opinião pública...

Mas o que é “Janela de Overton”?

A coisa tem sido explicada por aí de modo capenga. Peguemos justamente o caso do aborto no Brasil. A maioria dos brasileiros é contra, e isso obrigou, inclusive, a presidente Dilma a contar uma inverdade na campanha eleitoral sobre a sua real opinião, que ela já havia expressado. Era favorável à legalização — chegou a empregar essa palavra — e teve de recuar.

Muito bem: a Janela de Overton registra como pensa a maioria da sociedade num dado momento sobre um determinado assunto.
(...)

Muito bem! É possível deslocar a janela para um lado ou para outro?
É! Isso demanda trabalho de pessoas especializadas em manipulação da opinião pública.
Notem: quando emprego a palavra “manipulação”, não estou querendo dizer “conspiração”.
Empresas organizadas passam a atuar na sociedade para lhe oferecer valores que levem ao pretendido deslocamento.

Continuemos com o aborto. Mesmo quando era favorável, Dilma dizia que nenhuma mulher pode gostar da coisa em si, que é um sofrimento. O mesmo afirma sua agora ministra Eleonora Menicucci.
Hás dias, o impressionante Fernando Haddad afirmou que, “como homem”, é contra — nota: creio que tentou dizer que, como político, nem tanto, sei lá…

Repararam que, nessas intervenções, deixa-se de discutir o aborto para debater um outro tema? Que outro? A proposta da tal comissão o evidencia: “as condições da mulher”.

O que isso significa? Para tentar deslocar a janela de opinião do “contra” para o “menos contra”, até chegar à “neutralidade” e, quem sabe?, um dia, ao “a favor”, é preciso trabalhar algum outro valor relacionado ao tema.

Para esse trabalho, entra em campo um verdadeiro exército de “especialistas em opinião pública”: assessores de imprensa, relações públicas, institutos de pesquisa, think tanks, agências de lobby. E vai por aí.

Peguemos a questão do Código Florestal, outro exemplo gritante.
É evidente que a maioria da população se oporia a que famílias fossem desalojadas ou a um aqueda na produção de alimentos.

Se a maioria é contra, dificilmente um político com ambições nacionais abraçará essa causa.
Mas por que não outra?
A da “conservação da natureza” certamente é simpática e tem condições de operar o deslocamento da janela.
É o que tem conseguido Marina Silva, que conta com assessoria de imagem profissional.
É o que têm conseguido ONGs americanas financiadas pelo setor agrícola dos EUA.

Criminalizam os agricultores brasileiros, transformando-os em sinônimo de desmatadores.

Verdades e mentiras
Governo e políticos gastam fortunas tentando vender “idéias” à opinião pública.
(...)

O tucano José Serra, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, não tocou até agora em palavras como “aborto” e “kit gay”.
No PT, já se manifestaram sobre o assunto o pré-candidato do partido, Fernando Haddad; o presidente da legenda, Rui Falcão; o “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) José Dirceu, entre outros.

O tema passou a ser tratado pelos próprios petistas, COM A AJUDA DE SETORES DA IMPRENSA, sugerindo que o “outro lado” vai explorar esses temas em campanha e que isso, na verdade, é “uma baixaria”.
(...)

Ora, por que isso? Porque o PT tem pesquisas em mãos que demonstram que esses temas são potenciais fontes de desgaste do candidato petista.
Então é preciso aplicar uma espécie de vacina, de remédio preventivo. Antes que o adversário se refira a esses assuntos, Haddad já sai gritando:
“Isso é uma baixaria!”.

Nesse caso, o trabalho de manipulação da opinião pública consiste, numa ponta, em transformar o aborto numa decorrência natural dos “direitos da mulher”, desfetalizando o debate. O feto passa a ser uma mera derivação do seu corpo; se a incomoda e se ela não quer, tira-se.

Também se vai insistir nas escandalosamente mentirosas 200 mil mortes de mulheres em decorrência de abortos clandestinos.

Outro argumento forte, que tende a mover uma fatia dos setores mais conservadores, diz respeito à segurança pública: crianças abandonas pelos pais seriam potencialmente violentas e ameaçariam a sociedade.

Na outra ponta, qualifica-se de “reacionários”, “conservadores” e “avessos ao progresso” aqueles que têm uma posição contrária, de modo a silenciá-los.
Tudo dando certo, a janela se move.
(...)

Como, então, distinguir o “meu pensamento” dessa algaravia de outros pensamentos e lobbies organizados? Bem, não tenho a receita.
O que costumo recomendar é o seguinte: verifique sempre se as pessoas estão debatendo o mérito da questão ou algum tema associado, que pode até guardar algum parentesco com o assunto principal, mas que é um óbvio desvio.

Se você se pegar falando sobre o desvio, o tema paralelo, não duvide: você caiu na rede profissional dos operadores de opinião pública.

Não faz tempo, o caos nos aeroportos brasileiros e o péssimo serviço oferecido por algumas companhias aéreas acabaram surgindo no noticiário como evidências do sucesso do governo petista na política de distribuição de renda, que teria levado os pobres para o avião.
A questão essencial ficou de lado: por que aeroportos e companhias aéreas não se organizaram para isso?
A janeja da opinião pública, é evidente, estava numa posição crítica, contrária ao governo e à bagaunça das companhias.
Mas se deslocou um pouco para recepcionar a tese do “bom caos”, gerado por motivos edificantes.

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