quarta-feira, 28 de março de 2012

PAUTA E PARADIGMA


Quando a ampla maioria da população, mal orientada pela midia pautada pelo governo e por celebridades que se julgam formadores de opinião, embarca na onda de execrar um "PODER" com importância fundamental para fazer valer os princípios democráticos, o Legislativo, fico perplexa que não apareçam vozes influentes para alertar a todos nós sobre o perigo que isso representa.

Existem os trezentos "picaretas" descobertos por lula?
Sem dúvida, e todos têm sido seus fiéis escudeiros.
Por isso a necessidade de destacar os políticos dignos, que tenham credibilidade e fazem o possível para exercer seu papel fiscalizador com eficiência. Esses podem servir como referência na hora do eleitor decidir seu voto, então realmente teremos mudança de paradigma na política.

Mas o PT não se constrange quando se dispõe a destruir reputações, temos como exemplo o dossiê contra Ruth Cardoso e a violação de sigilo bancário do caseiro Francenildo. E o partido não atua apenas na sombra, o EX denegria adversários nos palanques sem o menor pudor, enquanto Dilma conta com a midia como porta-voz.
Apesar do discurso, analisemos as escolhas tanto de Lula quanto de Dilma, ambos fizeram questão de escolher os piores quadros dos partidos aliados para compor o seu governo, desprezando quem tem conduta ética. Assim, não dá para deixar de atribuir essa decisão à possibilidade de criar condições para que sejam facilmente eliminados e, ao mesmo tempo, garantir o apoio da opinião pública. Assim, o PT vai avançando em seu projeto de poder absoluto.

Estou batendo nessa tecla e fico satisfeita ao constatar que não estou delirando, principalmente quando uma grande jornalista, Dora Kramer, publica no Estadão matéria que trata exatamente de uma possível aposta de Dilma no desequilíbrio entre os Poderes.

Afirma com propriedade que, "por mais que o grosso da opinião pública não entenda direito o significado disso, cabe ao governante evitar cair na tentação de jogar na confrontação entre políticos e sociedade".

Mais, "o Executivo não pode se valer dela (da fragilidade do Legislativo) para sobressair-se junto à opinião pública nem para estabelecer uma conexão baseada na intimidação, na lógica da luta do bem contra o mal".

E conclui com o argumento semelhante aos que eu costumo utilizar nos meus comentários - "A se exacerbarem os ânimos nessa direção, amanhã ou depois aparecem os pregadores da inutilidade do Congresso e, a depender de como esteja o clima, pode prosperar um ambiente que não interessa a ninguém. Nem aos atuais condôminos do poder".

A mudança de paradigma na política nacional só seria possível se o eleitor tivesse escolhido o candidato que não tem vínculo com os tais "picaretas", muito menos apoios indesejados que o obrigasse a ceder cargos e espaços no governo.
Não sei como alguém consegue enxergar isso em Dilma se seus ministros foram demitidos pela imprensa e a troca de lideranças não foi nada além de revanchismo devido às suas sucessivas derrotas nas votações do Congresso e à intenção de contar com líderes orientados a acompanhar reuniões, podem conferir em matéria do Estadão,
para evitar convocações de ministros petistas envolvidos em escândalos a prestarem esclarecimentos à Nação


O governo montou um esquema na Câmara para evitar surpresas e a repetição de derrotas, como as ocorridas na semana passada, e convocou uma tropa de choque para blindar os ministros nas comissões permanentes. A orientação foi transmitida pelo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), aos demais líderes aliados em reunião, nesta terça-feira, 27, durante o almoço. Na semana passada, em meio à falta de controle do governo sobre a base, os deputados aprovaram a convocação da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para uma audiência pública na Comissão de Trabalho.

Reinaldo Azevedo sempre lembra que Dilma faz parte desse "pacote" que agora expõe à execração pública. Mesmo assim, Dilma repete as práticas do EX e corta verbas destinadas às prefeituras da oposição e de aliados, mas preserva os municípios governados por petistas e o contigenciamento do orçamento atinge ministérios controlados por aliados, mas também poupa o PT.

Quem é chantagista ou execrável? Quem joga no confronto ou quem reivindica tratamento justo?

Sinceramente, gostaria de acreditar na "faxina ética", mas os fatos demonstram que tudo não passa de um processo de "limpeza" dos partidos. Os discursos do EX convenceram muitos eleitores a não votarem em candidatos da oposição, isso já compromete nossa frágil Democracia. Dilma, pelo jeito, ficou encarregada de se livrar dos aliados e levar adiante o ideal de José Dirceu, que foi o comandante de sua campanha, a de encarnar as grandes propostas do PT para o Brasil.

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