segunda-feira, 20 de junho de 2011

Um título mais direto - Lavagem Cerebral

O projeto petista de hegemonia política na educação: um elefante que as oposições não conseguem ver
Bolívar Lamounier

A Folha de S.Paulo do último domingo (01.05) trouxe uma instrutiva matéria sobre a compra de livros didáticos para o ensino fundamental pelo Ministério da Educação e Cultura.
Seus autores, os jornalistas Luíza Bandeira e Rodrigo Viseu, não precisaram gastar muita tinta para evidenciar o caráter partidário (leia-se petista) de várias obras destinadas ao ensino da história do Brasil.

Exemplifico citando alguns trechos da matéria.
Uma das obras, “ao explicar a eleição de FHC, afirma que foi resultado do sucesso do Plano Real e acrescenta:
‘Mas decorreu também da aliança do presidente com políticos conservadores das elites’.
Um quadro explica o papel dos aliados do tucano na sustentação da ditadura militar.

Já em relação ao governo Lula (2003-2010), o livro cita a “festa popular” da posse e diz que o petista “inovou no estilo de governar” ao criar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social”.

Citado ao lado de uma série de dados positivos, o escândalo do mensalão é minimizado.
E não preciso acrescentar que as obras examinadas pelos dois jornalistas criticam as privatizações e a suposta compra de votos para a reeleição pelo ex-presidente Fernando Henrique.

Bandeira e Viseu esclarecem que os livros oferecidos ao MEC são examinados por uma comissão, e que os adquiridos são usados por 97% da rede pública de ensino.

Em nota oficial, o Ministério “listou os critérios técnicos que usa para aprovar os livros, entre os quais um que veta obras que “fizerem doutrinação religiosa ou política”.

À parte essa nota, não me consta que até hoje, quarta-feira, o Sr. Ministro da Educação tenha vindo a público prestar esclarecimentos ou informar sobre providências que tenha tomado a respeito do fato noticiado pela Folha.
O Ministério Público, também, periga de passar pela cena sem dizer palavra.
(...)

A incongruência é apenas aparente.
O petismo não se reduz a um partido político no sentido geralmente aceito do termo.
É uma máquina político-eleitoral, sim, mas é também um projeto de poder de longo prazo; projeto fundado numa visão ideológica propagada por seus quadros políticos e intelectuais de maneira contínua ao longo das três últimas décadas, ou seja, por mais de uma geração.

Um cânone sine qua non da mencionada visão ideológica é o que se pode denominar uma rejeição indiscriminada da história brasileira.

De modo superficial e um tanto cômico, trata-se do “nunca antes ‘nesse’ país” do ex-presidente Lula; tomado a sério, é a pretensão de achatar toda a história pretérita do país, reescrevendo-a como uma idade de trevas e pura ganância, em contraste com o período de existência do PT – era de luz, altruísmo e genuína devoção à causa dos pobres.
(...)

Os livros mencionados na matéria da Folha têm como destino o ensino fundamental.
Não nos surpreendamos, porém, se a disciplina sociologia, reintroduzida no ensino médio, se tornar portadora de conteúdos funcionalmente similares aos acima discutidos.

Pelo que já se conhece das propostas preparadas pelas secretarias estaduais de educação, há uma possibilidade real de os currículos se basearem na gloriosa saga das “massas” contra “a zelite”.
Mesmo na rede privada, há casos de estabelecimentos e professores que já tratam textos do MST e de João Pedro Stédile como análises objetivas, e não como os panfletos que de fato são.

Sendo esse o andar da carruagem, quem se chocará se daqui a alguns anos, em vez de Kant ou Hegel, os jovens forem obrigados a reverenciar o pensamento vivo de José Dirceu ou do Lula como espécimes da mais alta filosofia?
Íntegra AQUI.
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Infelizmente não são somente os livros didáticos que promovem esse tipo de desvio histórico (mentira), isso está acontecendo há décadas.
Confiram AQUI,AQUI e AQUI.

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