terça-feira, 9 de outubro de 2012

PIZZA NA CPI do Cachoeira - PT e PMDB fazem acordo para não serem investigados


Por Andreza Matais, na Folha:

O PT e o PMDB fizeram um acordo para encerrar a CPI do Cachoeira sem levar à frente investigações que poderiam elucidar o envolvimento de políticos no esquema do empresário Carlinhos Cachoeira. Os dois partidos, que comandam a comissão, temem ser atingidos pela continuidade das apurações da CPI -cujo trabalho será retomado hoje, após um mês paralisado por causa das eleições. A Folha apurou que o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), já avisou ao partido que apresentará seu relatório final em duas semanas, como estipulado pelo calendário da comissão, mesmo que haja pedidos de prorrogação das apurações.
O relatório não trará novidades ao que já foi investigado pela Polícia Federal nas operações Monte Carlo e Vegas, que focaram os negócios de Cachoeira, e não nos beneficiários de seus recursos, os quais a CPI se propôs inicialmente a identificar. A decisão de Cunha cindiu o PT. “Se o relatório for apresentado a tempo não há razão para prorrogar”, defende o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). “Eu sou totalmente contra encerrar a CPI agora sem concluir as investigações”, discorda o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).
A ala petista favorável à prorrogação da comissão quer esticar a sangria política do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), suspeito de beneficiar Cachoeira, e avançar na investigação das ligações de jornalistas com o empresário. Este grupo chama Cunha de “traidor” do PT. 
Folha apurou que o relator age afinado com o Palácio do Planalto, que prefere encerrar os trabalhos a expor o governo a riscos. (???)
O Planalto ficou preocupados com o depoimento à CPI de Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit (órgão federal de estradas), que disse ter sido antiético um pedido feito a ele pela campanha de Dilma, em 2010, para listar arrecadadores entre empreiteiras. Mesmo o indiciamento de Perillo, dado como certo antes do recesso eleitoral, já não era ponto pacífico ontem. Para livrar o governador, o PSDB aceita deixar de pressionar pela prorrogação dos trabalhos. 
“Se teve acordo não me consultaram”, disse o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), líder do partido.
BLINDAGEM
O acordo entre petistas e peemedebistas deve ser o último de uma série de acertos que, ao longo dos trabalhos da comissão, buscaram blindar políticos e empresários. 
(…) 

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