terça-feira, 1 de janeiro de 2013

ABUSO DA IGNORÂNCIA ALHEIA

Cardozo compara redução da violência em Alagoas a dados suíços
No estado mais violento, ministro da Justiça comparou queda do número de assassinatos a taxas do país europeu

O Globo

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, comparou o estado mais violento do Brasil - Alagoas - com a Suíça, ao falar na sexta-feira da redução na quantidade de assassinatos, registrada após a implantação do programa Brasil Mais Seguro, que é um piloto para outros estados brasileiros.
 
Pelos dados da Secretaria de Defesa Social, em seis meses de plano, Alagoas registrava 6,6 assassinatos por dia em 2011; em 2012, 5,4. Segundo o ministro, uma queda de 13,3% em Alagoas e 20%, em Maceió. Ano passado, foram 2.427 homicídios; 1.997, no levantamento da secretaria, em 2012 (não incluídos os dados de dezembro, ainda em fechamento.
(...)
 
Pelos dados do Instituto Sangari, que anualmente produz o Mapa da Violência, entre 2000 e 2010, a violência alagoana cresceu 187,8%. Levando em conta os números da ONG Seguridad, Justicia Y Paz, do México, Maceió - terceira cidade mais violenta do mundo - são 135,26 assassinatos por 100 mil habitantes. Os números são de 2011. A ONG usa dados do Sangari.
 
Comparando com a Suíça, são 0,7 homicídios por 100 mil habitantes. Este estudo é da Declaração de Genebra sobre Violência Armada e Desenvolvimento, de 2012.
 
As declarações do ministro causaram mal-estar em entidades alagoanas e foram criticadas pelos sindicatos dos Médicos e Policiais Civis.
 
— Esse plano não funciona e nem vai funcionar. Nunca nos enganou. É simples: não chamaram os policiais militares, os civis, peritos, os agentes penitenciários, os bombeiros para se discutir. Tudo foi feito atrás do bureau, com ar-condicionado —, disse o presidente do Sindipol, Josimar Melo.
 
— Não há valorização profissional. Um policial da Força Nacional ganha R$ 9 mil em diárias. Isso desmotiva os policiais daqui. Foi um plano empurrado goela abaixo.
(...)
 
Presidente do Sindicato dos Médicos, Wellington Galvão, diz que os médicos legistas não têm condições de trabalho e os laudos periciais só ficam prontos em Alagoas porque os peritos lutam contra "o descaso":
 
— O nosso IML funciona no improviso. Foi prometida uma reforma que até o dia 25 de outubro estaria pronta em um prédio anexo ao instituto, até que o local definitivo fosse inaugurado. E nada. O Brasil Mais Seguro só existe na propaganda, que é muito bonita por sinal —, afirma.

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