quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O ESTRAGO DA "GERENTA" INICIOU NA ERA LULA. AGORA JÁ APARECEM OS RESULTADOS

Governo Dilma rouba nas contas para anunciar um resultado que todos sabem ser falso. Mentiu por nada, disse um aliado

Carlos Alberto Sardenberg, em O Globo

RESOLVE DEMITIR MANTEGA? NÃO

Miriam Leitão, O Globo



O problema não é um preço defasado ou um pedido do ministro da Fazenda para que um prefeito adie um reajuste.

O grande problema hoje é a profusão de artificialismos na economia brasileira.

E se o ministro Guido Mantega cair, resolve? Não, porque quem realmente manda no ministério é a dupla Nelson Barbosa e Arno Augustin. E isso é outro artificialismo.

O poder do secretário do Tesouro, Arno Augustin, vai muito além da sua área. Ele fez parte, por exemplo, do reduzido grupo de pessoas que decidiu o formato da MP do setor elétrico. O secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, é mais ouvido pela presidente do que o próprio Mantega.

O problema não é uma pessoa, mas a proposta econômica envelhecida que acredita em administração de preço.

O prefeito Haddad confirmou que recebeu pedido de Mantega para adiar o reajuste do ônibus. O secretário de Acompanhamento Econômico da Fazenda disse que o preço da gasolina está “defasado”. Calcula em 7%, apesar de a Petrobras falar em 15%. Mas diz que não há certeza do reajuste.

O órgão que conduz a política econômica admite que um preço está errado, mas diz que não há prazo para consertá-lo.

Em 2012, para evitar que o reajuste do preço para a Petrobras chegasse ao consumidor, o governo subsidiou a gasolina zerando a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Se o nome do imposto valesse e fosse o governo que pagasse a cada intervenção o tributo arrecadaria bilhões.

O preço artificial da gasolina produz vários efeitos colaterais: aumento da importação de gasolina, aumento do consumo, desorganização do setor de etanol.

A intervenção no domínio dos indicadores fiscais foi tão indevida que provocou enxurrada de críticas ao governo.

Até o ex-ministro Delfim Netto, defensor-mor da política econômica, criticou a “alquimia” que levou o governo a fingir ter cumprido a meta fiscal. Para uma manipulação de indicador incomodar o ex-ministro é porque foi mesmo além da conta.

Na área fiscal, o transformismo de índices faz com que o BC tenha que se comportar como o último a saber.

Durante todo o ano passado, o BC repetiu em suas atas e relatórios que partia do pressuposto que a meta fiscal seria cumprida. Não foi. Mas consta nos números que foi. E aí? O que dirão agora os documentos?

Na área dos preços, os truques, adiamentos, defasagens e subsídios criam uma inflação reprimida. Como sabemos, não adianta esconder, negar, varrer para debaixo do tapete porque a inflação sempre aparece.
(...)

Como aprendemos dolorosamente, em economia não dá para apenas quebrar o termômetro.
Contornando reajustes de preços, combinando deduções tributárias com empresários, para que eles não reajustem, ou adiando elevações, o governo está criando um ambiente cada vez mais artificial na economia.
No século XIX se inventou a expressão “para inglês ver”, referindo-se a uma lei que não era feita para ser cumprida, mas para enganar os ingleses. Agora, nem isso se consegue. Ontem, o “Financial Times” postou texto explicando o que era “jeitinho”, dizendo que é isso que Mantega tem feito nos indicadores. Já não dá para enganar nem os ingleses.
A hora, portanto, é de usar mecanismos econômicos clássicos para atingir as metas fiscais e de inflação. O jeitinho tem pernas curtas.
Leia a íntegra em Resolve demitir Mantega? Não.

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