sábado, 26 de janeiro de 2013

NOVA BATALHA NO FRONT DA INFLAÇÃO

O Globo (Editorial)

Se dependesse da presidente Dilma, 2012 desapareceria do calendário, devido ao balanço medíocre de uma economia em marcha lenta e inflação em alta, uma combinação indigesta. E neste primeiro semestre não deverá haver boa notícia, pelo menos nos preços.

Se todos os ventos sopram a favor de alguma expansão econômica — mas nada excepcional —, a inflação preocupará cada vez mais, a curto prazo. Este cenário está explícito na ata da última reunião do Conselho de Política Monetário (Copom), do Banco Central, quando a taxa básica de juros foi mantida nos 7,25%.
(...)

Quando Henrique Meirelles estava no BC, o desregramento nos gastos primários era compensado pela política monetária (juros).

Na gestão Dilma, a banda toca em outro tom. O BC executa a tarefa de cortar os juros — ninguém é contra taxas mais baixas —, mas os gastos continuam à solta. Até técnicas de contabilidade criativa foram usadas para mascarar o superávit primário.

Os gastos são mesmo necessários, mas na ponta do investimento. Porém, eles estão, como sempre, sem rédeas curtas no custeio. A ver como será este ano.

O BC, como de praxe, pede uma política fiscal que o ajude na inflação. Não tem sido ouvido.

Quando os preços se aproximarem do teto da meta, será necessário muito discurso por parte do BC para defender a imobilidade do Copom.

Mas será crucial a certeza da autoridade monetária de que mecanismos de realimentação da inflação não foram acionados de forma irreversível, e que expectativas de preços em alta contínua já não terão sido desencadeadas de forma perigosa.

Aproxima-se outro teste para BC e Planalto, e mais uma vez estará em jogo a estabilidade conseguida há quase 20 anos pelo Plano Real, um patrimônio da sociedade.

Leia a íntegra em Nova batalha no front da inflação

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